Mesmo com toda a campanha midiática contrária, apoiada na "coincidência" do "julgamento" do mensalão com o período eleitoral, o PT cresceu em número de prefeituras, ganhou a disputa em São Paulo e sai vitorioso dessas eleições, como o partido mais votado do país. Mais do que isso: consolida o projeto democrático-popular que tem mudado e, esperamos, mudará ainda mais a cara do Brasil.
domingo, 28 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Reta final do Brasileirão
No dia 26 de agosto, publiquei um
post (leia aqui) com um balanço do primeiro turno do Brasileirão e alguns
prognósticos para o segundo turno. As previsões basicamente se confirmaram, conquanto
eu não acreditasse numa queda tão acentuada do Vasco, nem que o Fluminense, virtual campeão, fosse capaz de disparar na primeira liderança. Tampouco, acreditava que o
Palmeiras chegasse a essa altura tão próximo do rebaixamento, embora ainda ache
que é possível que os palestrinos escapem.
Quanto ao São Paulo, as últimas
rodadas demonstraram um amadurecimento da equipe, que conta, depois da
afirmação de Denílson e Wellington como volantes e, surpreendentemente, de
Paulo Miranda na lateral, com um sistema defensivo mais sólido. Na frente, além do motorzinho Lucas, Osvaldo finalmente tem mostrado serviço, e Luis Fabiano continua o artilheiro
de sempre. Por isso, é absolutamente plausível acreditar na última vaga para a
Libertadores, hoje restrita a São Paulo e Vasco, mas com boa vantagem para o
tricolor do Morumbi, que conseguiu abrir cinco pontos do rival carioca. No
entanto, é preciso abrir o olho: as próximas rodadas serão difíceis para o time
do Morumbi, que enfrenta Flamengo e Sport fora, Fluminense em casa e Grêmio
fora. É a hora de o São Paulo definitivamente se garantir na competição
sul-americana do próximo ano. Algo que, para um time que teve Leão no comando
por sete meses, é uma grande conquista.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
O PT, Chávez e Che
O dia 07 de outubro de 2012 foi
um dia especial para a luta dos trabalhadores e para as causas populares. No
plano nacional, apesar de algumas derrotas importantes como em BH, Recife (para
não falar da minha São Carlos, que depois de 12 anos petistas entregou dolorosamente
a prefeitura para os tucanos), o PT obteve recorde histórico de votos para
prefeito, consolidando seu crescimento constante na última década. Enquanto
PDSB, DEM e mesmo o PMDB encolheram, o PT obteve 17, 2 milhões de votos neste
ano, contra 16,5 milhões em 2008 (o que representou também um aumento
significativo no número de prefeituras comandadas pelo partido, que até aqui
somam 624). Isso apesar da campanha permanente contrária da grande mídia e de
certos setores da sociedade, que, neste ano, abastecidos com o julgamento do “escândalo
do mensalão”, não se cansaram de emitir prognósticos sobre uma suposta
derrocada do partido. Mas, o que o impacto nulo que o circo armado pelo STF
para condenar os dirigentes petistas às vésperas do primeiro turno das eleições
demonstrou, é que o PT não morrerá por decreto de ninguém, porque sua causa é
justa, porque o projeto político popular de justiça e igualdade social que o
partido representa (apesar de todas as suas contradições) não desaparecerá
enquanto não for plenamente realizado.
No plano internacional, a vitória
expressiva de Hugo Chávez, na Venezuela, acentuou o caráter histórico desse dia.
Afinal, o presidente venezuelano enfrentou uma batalha não apenas contra seu
adversário direto, o direitista Henrique Caprilez, e contra os problemas naturais de seu governo, mas também contra a
burguesia local, com todo seu poder econômico, político, e midiático; contra a
torcida escancarada das burguesias latino-americanas e de seus porta-vozes da
grande imprensa (basta notar que o destaque dos jornalões e das TV brasileiras foram
a boa votação de Capirlez, jamais a vitória chavista, que para eles nunca teve
mérito por nada, mas só ganha porque “controla” o povo e a imprensa); e contra
o imperialismo norte-americano. A vitória de Chávez é, como já havia dito no
post anterior, a vitória da América Latina livre e progressista, de nossa
soberania e de nosso processo de integração calcado na solidariedade e na
justiça social.
Aliás, por falar nisso, nesta
terça-feira, 09 de outubro, completam-se 45 anos do assassinato de Ernesto
“Che” Guevara. Embora esteja longe de ser uma data festiva para a esquerda (na
verdade, para toda a humanidade), ela nos lembra da importância da luta e do
legado deste homem excepcional, a quem o filósofo francês Jean-Paul Sartre certa vez definiu como "não apenas um intelectual, mas também o homem mais completo de nosso tempo e o ser humano mais perfeito de nossa era". Pois, como bem disse o companheiro Stanley
Burburinho no twitter (@stanleyburburinho), “há 45 anos assassinaram Che
Guevara, mas não conseguiram matá-lo”. De fato, o sonho de Che por uma América livre,
por uma sociedade justa e fraterna, segue vivo. Apesar de todos aqueles que
lutam para sufocá-lo.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Na Venezuela, o futuro da América Latina
No próximo domingo, dia 07/10, enquanto os olhos dos
brasileiros estiverem voltados para as eleições municipais, em outro pleito
decisivo, na Venezuela, o futuro de toda a América Latina estará em jogo. O atual presidente
Hugo Chávez tentará sua reeleição, numa disputa com o direitista Henrique
Capriles, candidato da elite local e dos EUA.
Chávez foi o primeiro presidente
de esquerda eleito após a onda neoliberal que assolou nossa região nos anos
1980/1990, em 1998. Com um governo popular, de inversão de prioridades e
privilegiando as classes mais baixas, vem promovendo uma verdadeira revolução naquele país, financiada pelo
dinheiro do farto petróleo venezuelano (daí o interesse dos EUA na Venezuela),
que pela primeira vez é usado para atender os interesses do povo, e que permite
a setores historicamente marginalizados, o papel legítimo de sujeitos políticos de seu país. Isto, naturalmente, provocou uma tensão
permanente no país, um processo agudo de luta
de classes. Sobreviveu
(literalmente) a um golpe de Estado em 2002, promovido pela burguesia local com
apoio norte-americano. Foi reeleito em 2005, e agora tenta prosseguir sua
“Revolução Bolivariana”. Tem apoio popular, lidera todas as pesquisas de intenção de voto com boa margem (cerca de
20%), mas luta contra forças que sabidamente podem se valer de qualquer meio
para conseguir seus objetivos – a começar pelo imperialismo norte-americano.
O medo dos apoiadores de Chávez é
que a oposição não reconheça os resultados das eleições do dia 07 (se de fato
perderem) e tentem – sob a acusação de “fraude”, “compra de votos” etc. –
desestabilizar o país e sua democracia. Independentemente das críticas pontuais
que se possa fazer a Chávez, ao seu governo etc., neste momento, é preciso ter
em mente que uma derrota chavista seria um duro golpe no cenário progressista,
que tomou conta da região depois de sua vitória e da vitória de Lula, em 2002.
Hoje, a América Latina, especialmente no Sul, é um verdadeiro laboratório de
experiências que buscam superar o neoliberalismo e seus efeitos nefastos. A
Venezuela é uma das pontas deste processo. Uma derrota de Chávez poderia servir
de combustível para a direita combalida, mas jamais morta, em nosso continente
– da mesma forma que sua vitória e seu governo foram importantes impulsos para
os sucessos subsequentes da esquerda na região. Portanto, como disse há alguns
meses o ex-presidente Lula (ver ) em mensagem ao Foro de São Paulo (congresso que reúne os partidos de esquerda e
movimentos sociais do continente), a vitória de Chávez, mais do que a vitória
do povo venezuelano, é a vitória de toda a América Latina.
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