Nesse 1º de maio, Dia do Trabalhador, temos elementos
importantes para celebrar. Para nos concentrarmos em fatos das últimas semanas,
a recente redução da ainda exorbitante taxa de juros dos bancos públicos imposta
pela presidenta Dilma; sua promessa de veto ao Código Florestal absolutamente
retrógrado aprovado pela Câmara na última semana; a declaração de
constitucionalidade das políticas de ações afirmativas; a criação da “CPI do
Cachoeira”, sem qualquer interferência negativa do Planalto, que se bem dirigida
(o que passa diretamente pelo papel de liderança destemida que o PT deve
desempenhar na condução da Comissão), pode passar a limpo as relações
promíscuas entre políticos, grande mídia e contraventores; para não falar da
sequência dada nas políticas de redução das desigualdades e de erradicação da
miséria, de fortalecimento do salário mínimo e da educação, cujos resultados positivos são
amplamente conhecidos. Por fim, na véspera deste 1º de Maio, Dilma anuncia
Brizola Neto como novo Ministro do Trabalho. Este promete ser mais um polo de
tensão à esquerda do governo, podendo servir de ponto de apoio para políticas
progressistas que precisam entrar de vez em nossa pauta política, como a
redução da jornada de trabalho e a democratização dos meios de comunicação
(Brizola Neto, lembremos, é um dos “blogueiros sujos” que mais batalham contra
o monopólio de informações da velha grande imprensa).
Mas, naturalmente, nem tudo são
flores, e não há Dia do Trabalhador
sem luta. Diante do cenário instável de crise internacional, é preciso que o
governo se engaje mais concretamente na defesa do emprego e da produção
nacional, como exige a CUT, por exemplo, reduzindo ainda mais os juros e
colocando em pauta a já mencionada redução da jornada de trabalho. Também é
absolutamente necessário, se quisermos acabar com a miséria e nos tornarmos um
país sustentável, social e ambientalmente, que a presidenta comece a se
contrapor com maior virulência ao poder do agro-negócio (o igualmente citado
veto ao Código Florestal seria um importante indicativo nessa direção),
fortalecendo a agricultura familiar e destravando a reforma agrária. Por fim,
mas não menos importante, e somando-se à necessidade de pautar a regulamentação dos meios de comunicação, passa da hora de reorganizar o Ministério da Cultura,
com a demissão imediata da atual ministra, recuperando (e aprofundando) os
avanços obtidos no governo Lula, a partir da compreensão desse ministério como
um dos pilares, ao lado do MEC, para a transformação social, política e
ideológica do país.

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