A
crise sem precedentes pela qual passa o São Paulo pode, sem dúvidas, culminar
no rebaixamento inédito do clube para a segunda divisão do Campeonato
Brasileiro. Contudo, mesmo que esta não venha ocorrer – do que, sinceramente,
duvido cada vez mais – é inegável que os fatos que se desenrolaram nas últimas
semanas (brigas na sede social do clube, discussão em rede de televisão entre
oposição e situação, troca de acusações entre jogadores e diretores ou o
ex-técnico), demonstram, ao menos, conforme bem definiu o radialista "Sombra", do
programa Estádio 97 (da rádio 97 FM), um rebaixamento moral do clube. O São Paulo tornou-se um clube varzeano que envergonha seu torcedor.
Este
rebaixamento, talvez, seja mais difícil de ser revertido do que um eventual
rebaixamento técnico. Como demonstra a nova passagem do Palmeiras pela
segundona neste 2013, é muito difícil que um grande clube não voltar
imediatamente à primeira divisão depois de uma queda. Mas, recuperar seu antigo
status, a confiança do torcedor, a
dignidade, não é algo tão simples. O Vasco é um exemplo de clube que caiu,
voltou e continua com os mesmos e vexatórios problemas de antes da queda.
Solução?
Só há uma: mudar drasticamente a forma de condução do clube. Mas, como sabemos,
isso só será plenamente possível a partir das eleições no próximo ano. Com
efeito, a declaração de ontem de João Paulo de Jesus Lopes (na linha do “time
grande não cai”) é mais uma prova da dificuldade que a diretoria do São Paulo
tem em compreender o atual estágio do clube. Por isso, mesmo a indicação de Gustavo
Vieira de Oliveira para gerir o futebol tricolor não apaga o esgotamento
completo da atual gestão. Contudo, sua presença abre uma última esperança de
salvação dentro de campo. Afinal, este esgotamento – que resultou no rebaixamento moral citado
acima – não precisa necessariamente ser traduzido em rebaixamento técnico.
Ainda há tempo de, ao menos, reverter a situação na tabela. Para isso, é
preciso, acima de tudo, que os responsáveis pelo futebol tricolor engulam o
orgulho, assumam que o elenco é fraco e busquem jogadores ainda disponíveis
para ajudar tecnicamente o time (o que, aliás, deveria ter sido feito há
meses). Além disso, é fundamental que eles ajudem Autuori na administração do
elenco. Gustavo, portanto, neste cenário, é a peça fundamental: diante do caos
instalado, o futuro imediato do tricolor paulista, dentro das quatro linhas, depende muito de seu sucesso.
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