Menos de uma semana, e o governo
golpista de Michel Temer já mostrou a que veio. A escolha de um ministério
exclusivamente masculino, no qual não há lugar para pastas como a Cultura ou os
Direitos Humanos, e, de quebra, com sete (!!!) investigados na Lava Jato foi
apenas o tenebroso cartão de visitas. Da última sexta-feira para cá, uma série
de declarações do primeiro escalão do novo governo, somadas às suas primeiras ações,
estão (ou deveriam estar) aterrorizando todos aqueles que minimamente conscientes
e preocupados com o futuro do país.
Os temas até aqui elencados foram
variados e extremamente sensíveis: pauta extensa de privatizações; Reforma da
Previdência com elevada idade mínima para se aposentar; diminuição do SUS; apoio
ao pagamento de mensalidade em Pós-Graduação das universidades públicas; revisão
de programas sociais (“Minha Casa, Minha Vida” e “Bolsa Família”); política
repressiva em relação aos movimentos sociais; postura agressiva em relação aos
países do “Eixo Sul” e de submissão aos EUA e à EU; dentre outros. A síntese da
nova política pode ser encontrada nas afirmações dos novos Ministros da Fazenda
e da Justiça, a saber: “direito adquirido é um conceito relativo”, e “nenhum
direito é absoluto”, respectivamente.
Com efeito, o pano de fundo de
ambas as declarações demarca o fio condutor da política de Temer: opor direitos
sociais constitucionalmente assegurados à (suposta) necessidade de um severo
ajuste fiscal para reequilibrar o orçamento e “acalmar os mercados”. É isso que
nos aguarda. Uma política de desmonte da Constituição que, admito, está sendo
exposta em ritmo mais rápido que imaginava. A cada manhã, a cada acesso à
internet ou a cada edição dos telejornais, uma nova desagradável surpresa. “Ordem
e progresso” é, pelo seu anacronismo e reacionarismo, o lema perfeito para este
governo.

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