Começo a semana com um singelo poema, que escrevi num daqueles momentos de dor, em que tudo o que desejamos é ver o tempo voar...
Se a vida fosse um filme,
que alívio!
Não por seus finais,
geralmente felizes,
mas pelo ritmo acelerado
em que a vida é contada
Sim, porque são aqueles instantes
que se prolongam além do previsto
Aqueles minutos em que recapitulamos nossa
vida ao deitarmos
Ou então, aqueles segundos
em que a imagem do que fomos –
ou do que sonhávamos ser –
nos congestionam o pensamento
São eles, precisamente,
os mais capazes de arranhar a garganta
e nos rasgar feito papel
Sofrer é um detalhe,
o sofrimento está nos detalhes,
naqueles que permanecem para nos perseguir
quando estamos sós e vulneráveis
Os detalhes, sim,
os olhares,
o instante mínimo que se pode recordar.
Se a vida fosse um filme,
que alívio!
Quanta de nossa angústia
não seria lançada aos ventos
que varreriam para sempre
nossos momentos de dor?
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