Esperei um pouco para falar do debate desta quinta-feira, pois o acompanhei por poucos momentos. Pelo que vi, e o que li depois, foi um debate morno. Nada, porém, fora do esperado. Não houve o desastre de Dilma, que a direita e parte da mídia torciam. Pelo contrário: em sua primeira participação num evento como esses, a candidata do PT saiu-se bem, dentro do previsto. Não se pode esperar que ela (nem nenhum outro candidato) se comporte com a desenvoltura de Lula. Mas, depois de um começo meio claudicante, Dilma se soltou e transpareceu segurança – não apenas para falar sobre os avanços do governo, do qual foi Ministra, mas, também para apresentar suas propostas, o que, afinal, é o que mais interessa. Deve crescer nos próximos debates.
Serra, no seu milésimo debate, continua tentando enganar o eleitor de outros estados, prometendo para o Brasil o que fez em SP. Só não disse se vai começar estendendo a aprovação automática das escolas estaduais paulistas também para as Universidades Federais, ou se instalará praças de pedágio a cada dois quilômetros nas rodovias brasileiras. Quem sabe, comece mandando expulsar os mendigos dos centros das capitais do país – como fez quando era prefeito da capital – já que essa foi a melhor solução que ele encontrou para acabar com a pobreza. Ah é, mas o candidato tucano (de maneira muito conveniente, tentando afastar-se da sombra do governo FHC) disse que não se deve ficar olhando para o passado. Ora, mas como preparar o futuro, sem conhecer os erros e os acertos anteriores? Quanto aos demais candidatos, Marina estava um tanto apática e Plínio de Arruda Sampaio, sem nada a perder, acabou se destacando pelas “diretas” que deu nos outros candidatos. Foi quem apimentou o debate - que não deverá mudar o panorama atual.
Mas, o que mais me chamou a atenção foi, após o debate, o presidente nacional do PSDB, o Senador por Pernambuco Sérgio Guerra, (esse aí abaixo) dizer que Dilma é “burra”, que “tem um problema intelectual” (veja a matéria do site "Vi o mundo" aqui). Claro, nada acontecerá com o deputado. Se fosse José Eduardo Dutra, presidente do PT, quem dissesse isso de Serra, a Veja faria matéria de capa no fim de semana exigindo a extradição de Dutra para a Sibéria, e pedindo a impugnação do registro do partido. Mas, como é do outro lado, aí tudo bem.
O que importa, porém, é que, poucos instantes após o fim do debate, Guerra deu mais um sinal de completo desespero. Não sei quantas vezes ainda terei que usar essa expressão aqui, mas a verdade é que Guerra, Serra e o PSDB, jamais acreditaram na possibilidade de que o candidato tucano pudesse perder para Dilma, ainda mais no primeiro turno, possibilidade essa que cada vez mais torna-se factível. Como viram que não deverão reverter nos debates o cenário apontado nas pesquisas (como eu disse acima, parte da mídia – aquela capitaneada por sujeitos do naipe de um Reinaldo Azevedo – esperava um retumbante fracasso de Dilma, o que faria a candidatura da petista despencar e a de Serra emplacar; mas, embora tentem “provar” o contrário, o fracasso não aconteceu), só lhes resta atacar, ofender, inventar mentiras...Aliás, nada diferente do que faziam contra Lula, lembram?
Enquanto isso, Dilma se prepara, busca melhorar, apresenta suas propostas em consonância com o que foi feito nos últimos anos, e, devagarzinho, constrói sua vitória.
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