quarta-feira, 24 de setembro de 2014

100 mil visualizações!!!

Nesta semana, o blog ultrapassou a expressiva marca de 100 mil visualizações desde que foi ao ar, há pouco mais de quatro anos. Isso significa uma média excepcional de cerca de 25 mil visualizações por ano, mais de 2 mil por mês ou cerca de 70 visualizações diárias!

Registro, aqui, minha alegria e meus sinceros agradecimentos a tod@s que tem prestigiado este espaço.

Muito obrigado pessoal!!!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A grande questão das eleições: votaremos por mais ou por menos democracia?

As últimas pesquisas da corrida presidencial colocaram a disputa em um patamar mais factível. Passada a comoção pela morte de Eduardo Campos e o turbilhão causado pela entrada em cena de Marina Silva, temos agora um cenário menos emotivo e mais cristalizado. Nele, a presidenta Dilma lidera, com alguma folga, a disputa do primeiro turno, e estaria em empate técnico com a candidata do PSB no segundo.

Nesta situação, vale ainda dizer, a possibilidade de Dilma vencer ainda em primeiro turno existe (ela teria, em média, entre 40 e 45% dos votos válidos, segundo as pesquisas). Mas, honestamente, como já disse aqui em outros posts, não creio que essa possibilidade possa se tornar realidade. Logo, tampouco entendo que a militância pró-Dilma deva se pautar por ela. É preciso ter humildade e pé no chão nesta reta final de campanha.

Mais ainda: ao que tudo indica, não apenas teremos um segundo turno, como a disputa, doravante, deverá ser bastante equilibrada e singular. Ao galgar apoio dos setores mais conservadores (como o Clube Militar e o pastor Silas Malafaia), adotar práticas estranhas à sua biografia (como a censura ao site Muda mais, de simpatizantes da presidenta Dilma), e incorporar grande parte do programa tucano ao seu, sobretudo na economia (como a independência do Banco Central, a revisão da CLT e do modelo de partilha do pré-sal), Marina selou sua candidatura com um surpreendente e infeliz giro à direita. E este giro, contraditoriamente combinado com uma posição messiânica da candidata, auto-proclamada a encarnação do “espírito de junho” e da “nova política”, tem tornado essas eleições extremamente perigosas.
Sobretudo porque essas ambiguidades da candidatura do PSB têm permitido a alguns setores, mais do que a candidatura tucana autorizaria, suprimir o debate de ideias, e dar vazão a um irracionalismo inédito, na medida em que opõem, ao petismo e seus simpatizantes, um anti-petismo que atingiu, em várias camadas, níveis doentios inéditos, de ódio – como se o PT fosse o responsável por todos os males que assolam o país (leia aqui o post que escrevi sobre a “doença do anti-petismo”, em abril deste ano). Nesse quadro, Marina se beneficia justamente por se apresentar como a materialização daquele sentimento difuso (que, muitas vezes, tem vergonha de se explicitar), ao mesmo tempo em que parece estar imune ao ranço negativo que persegue os tucanos – inclusive Aécio – desde o fim do governo FHC.

Diante disso, entendo que a polarização irracional promovida pela frente anti-PT só pode ser vencida pelo aprofundamento do discurso político. Isso significa compreender que a disputa não se dá no terreno tecnocrático (quem é a melhor administradora), tampouco no desprezível discurso de ódio recíproco (que é arma dos que não têm argumentos), mas no plano ideológico. Estão em debate dois projetos antagônicos de país: um, democrático-popular, que com seus inúmeros acertos e, sem medo de dizer, também com seus erros, insuficiências e contradições, tem feito o Brasil um país menos desigual, mais democrático, inclusivo e soberano. O outro, de corte neoliberal, cuja adoção significaria interromper o caminho de superação de nossos problemas crônicos, retroceder nos avanços sociais e lançar o país no caos econômico que atingiu a Europa e os EUA nos últimos anos. Um projeto subserviente aos interesses de uma minoria – os operadores do capital financeiro internacional e os grandes empresários – que se beneficia com essa situação.

Ora, o que a adesão a estes projetos sinaliza, ao fim e ao cabo, é a própria possibilidade de aprofundarmos a democracia brasileira (política, econômica e socialmente), ou de retrocedermos a um estágio do país para alguns poucos. Por isso, entendo que, no limite, a questão central dessas eleições é a seguinte: votaremos por mais ou por menos democracia? Por baixo da nuvem de ódio que se tenta criar, é esta a disputa essencial do pleito de 2014. É isso, por conseguinte, que precisa, cada vez mais, ser explicitado para toda a população.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Aidar e os desafios do SPFC

Uma pausa na política nacional. Não podia deixar passar a entrevista concedida à Folha, nesta quarta-feira, por Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo (leia aqui). Aidar afirma ter encontrado o SPFC “muito pior do que imaginava”, e constata o óbvio: “o São Paulo parou no tempo”. Foi justamente essa evidência que fez com que muitos – o autor deste blog, inclusive – apoiassem (em meu caso, à distância) a oposição nas eleições do São Paulo, ocorridas em abril.

Não vou entrar na questão, aqui, sobre a “traição política” de Aidar, que só venceu o pleito graças ao apoio de Juvenal Juvêncio – o mesmo Juvenal que, agora, ele acusa de ter endividado o clube além do que se sabia e de administrá-lo de modo ultrapassado. A meu ver, é pouco crível que o atual mandatário são-paulino não tivesse ciência da situação do clube e, sendo candidato da situação, soa estranha a acusação à (falta de) competência administrativa de seu predecessor. No entanto, o que mais me interessa, nesse momento, é sua salutar disposição em mudar os rumos do clube nos próximos anos: equacionar as dívidas e impor uma administração mais profissional, sem descuidar do time de futebol – que é a razão de existir do SPFC.

Como o próprio presidente reconhece, a tarefa é difícil. Mas, felizmente, os alertas que muitos faziam há tempos em relação ao anacronismo representado por Juvenal Juvêncio, foram captados por Aidar. Que ele consiga, então, recolocar o São Paulo em sua trilha natural de conquistas, fazendo do clube, novamente, um modelo para os demais. É o que os são-paulinos mais desejam!