Quarta-feira, 28 de julho de 2010, Beira-Rio em Porto Alegre. O São Paulo, pressionado pela má campanha do time no Campeonato Brasileiro, volta a campo para disputar uma semi-final de Libertadores depois de quatro anos. O clube é o maior vencedor brasileiro do torneio. O adversário é o sempre perigoso Internacional.
Começa o jogo e, logo nos primeiros minutos, o São Paulo mostra a que veio: absolutamente nada. Em uma semi-final de Libertadores, a competição mais importante que um clube brasileiro pode disputar no continente, o São Paulo posta-se de maneira pusilânime. Tal como um time de segunda divisão, concentra seus 11 jogadores da intermediária de defesa para trás. Quando consegue roubar a bola, livra-se dela com chutões para o lado, ou direto no pé do adversário. Tudo isso, diante de um técnico absolutamente passivo à beira do campo. O clube mais vencedor do país se apequenou diante de um adversário que nem pressionava tanto assim. Conseguimos a proeza de não dar nenhum chute a gol.
No segundo tempo, esperava-se uma mudança de postura. Claro, não dá para um time atacar desesperadamente o Inter no Beira-Rio. Mas, defender-se e sair no contra-ataque é uma coisa; postar-se como timinho que só sabe rifar a bola, bem, isso é completamente diferente.
O resultado final, 1X0 para o Inter, caiu do céu. Times de segunda divisão merecem perder de mais. A equipe colorada não soube matar a classificação em casa, mas creio que tem 70 ou 80% de chances de passar à final. Não apenas porque tem um bom elenco. Mas, também porque o São Paulo não tem. Dizer que temos um elenco forte é mentira. Jean não é lateral. Desconfio até que seja um bom volante. Richarlyson é um marcador mediano. Saindo para o ataque, é um desastre completo e absoluto. Erra 90% do que tenta. Hernanes, hoje, estava completamente desligado. O ataque foi inoperante. Dagoberto erra demais. Marlos não é, nem nunca foi armador. Fernandão, lento. E hoje, as substituições, para coroar o desastre, foram mal feitas.
A verdade é que, tirando Rogério e a defesa (responsáveis pelo time ter chegado tão longe na Libertadores desse ano), o resto do time é mediano. Time mediano, mas que joga futebol pequeno. Em minha opinião, o São Paulo não tem elenco para ser campeão da América. Mas poderia jogar mais do que joga. Poderia, ao menos, ter um futebol que orgulhasse seu torcedor. Sabe, ter aquela coisa de poder levantar amanhã e dizer: “ah, mas se aquela bola entra!” ou “jogamos bem, demos azar”. O são-paulino não poderá dizer nada amanhã. Exceto que viu seu time assistir um outro querendo jogar. Não era preciso se comportar como um time covarde. Mas o São Paulo de Ricardo Gomes, na maior parte do tempo, é isso: covarde. Hoje, não foi covarde na maior parte do tempo. Foi o tempo todo. Ver o centroavante passar mais da metade do jogo do meio para trás é inadmissível. Não há só erro tático. Há também erro de postura. Há erro de jogar no São Paulo achando que se joga no São Carlos, o time da minha cidade, que disputa a série B do Paulistão. Há erro de se comandar o São Paulo se esquecendo que se trata do clube mais vencedor do país. Para mim, hoje, o São Paulo se resume ao título do blog: grande clube, time pequeno.
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