quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Parabéns a alguém mais do que especial

Uma pausa na filosofia, na política, para homenagear alguém muito especial. Hoje, minha esposa celebra mais um ano de vida. Isso, somado ao fato de termos completado seis meses de casados no último sábado, multiplica os motivos de comemoração! 

Angel, quero, por isso, te desejar toda felicidade do mundo, muitos anos de vida, muita paz, alegria, saúde e amor. Espero poder compartilhar de muitos outros momentos felizes ao seu lado. Te amo!

PARABÉNS!!!

















quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O analfabeto político

Com as eleições se aproximando, e com a recorrência daqueles discursos orientados na linha "todos os políticos são iguais", "odeio política" etc., achei que seria de bom tom tratar do assunto. Mas, qualquer texto que escrevesse aqui, seria menos bem sucedido do que o poema O analfabeto político, do alemão Bertolt Brecht. Por isso, decidi reproduzi-lo, como uma verdadeira advertência da necessidade de participarmos ativamente da vida política de nossa cidade, de nosso estado, de nosso país.

O analfabeto político
por Bertolt Brecht

O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado
e o pior de todos os bandidos:
O político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Espinosa, o "mensalão" e o sistema político brasileiro

A edição 104 da revista Teoria e debate conta com artigo de minha autoria, no qual discorro sobre  a "privatização da política" que se dá no âmbito do discurso conservador dominante. Esse processo privatizante é flagrante no julgamento do chamado "mensalão", no qual tenta-se criar uma falsa oposição entre "bons" e "maus" políticos, através de uma régua moralista, sem base material, enviesada pela lógica da vida privada, que sequestra a moralidade pública, pois não se aplica a esta, como explica o filósofo Baruch de Espinosa, nos termos que crê o senso comum.

Assim, não se questiona o arcabouço político-institucional que favorece práticas de corrupção, mas se reduz a discussão a uma questão de "caráter". No entanto, é preciso observar que tal procedimento não é feito sem interesses escusos por trás, mas visa conservar à força o poder daqueles setores que têm sido derrotados nas urnas, através da dissolução paulatina da esfera pública. Com efeito, "não causa estranheza que, em nenhum momento desde que se denunciou o "mensalão", menos ainda durante o "julgamento" (que mais parece um linchamento de um partido e alguns de seus dirigentes), a grande mídia, os partidos de direita e demais setores economicamente hegemônicos no país tenham se pronunciado a favor de mudanças no sistema político-eleitoral", este sim, o âmbito no qual a corrupção é favorecida. Por isso, é preciso que toda a esquerda trabalhe no sentido de "desprivatizar" radicalmente a política, trazendo-a para o domínio democrático do público.

O artigo completo pode ser lido aqui.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Por que votar em Oswaldo Barba?


Passadas quase duas semanas do início da propagando eleitoral gratuita em rádio e TV, e a pouco mais de um mês das próximas eleições, a disputa deste ano finalmente ganha contornos mais nítidos, com os eleitores podendo conhecer melhor os candidatos, seus projetos e ideias para os próximos quatro anos.

Em São Carlos, o petista Oswaldo Barba tenta a reeleição, emplacando o quarto governo consecutivo do PT na cidade, contra o tucano Paulo Altomani e os neo-oposicionistas Eduardo Cotrim (PMDB) e José Saccomano (PPL), além de Flavio Lazzarotto (PSOl) e Ronaldo Motta (PSTU). Ao que tudo indica, o núcleo da disputa deve mesmo se dar entre Barba e Altomani. Nesse cenário, as eleições de São Carlos trazem novamente à tona o embate entre dois projetos antagônicos de cidade. De um lado, o projeto petista de desenvolvimento social inclusivo, com participação popular e respeito ao meio-ambiente. De outro, o projeto do PSDB de “levar a lógica da iniciativa privada para a administração pública”, através de um imediato “choque de gestão” (as palavras são do candidato Paulo Altomani em seu programa de TV).

É um fato incontestável que São Carlos melhorou muito durante a administração do PT, seja com o agora deputado federal Newton Lima, seja, mais recentemente, com Oswaldo Barba. Houve crescimento econômico, geração de empregos, distribuição de renda. A população aumentou, mas a desigualdade social foi reduzida. São Carlos tornou-se uma das cidades com melhor qualidade de vida do estado e do país, tornando-se referência em diversas áreas, como, por exemplo, no atendimento às crianças, o que rendeu a Newton e Barba sucessivos prêmios de “Prefeito amigo da criança” da Abrinq. Depois de décadas, São Carlos ganhou um novo hospital, um novo distrito industrial, uma política para o meio ambiente, um plano diretor, e canais inéditos de participação popular e transparência, dentre outros avanços. Mais recentemente, a administração de Barba construiu do zero um novo bairro, o Jardim Zavaglia, no qual mil famílias receberam sua casa própria, num local onde a prefeitura prontamente estruturou, levando saneamento básico, posto de saúde, escola e área de lazer. Isso para não falar nas outras 4000 residências entregues pela última administração, um recorde na cidade.

Isso, claro, não significa que não haja pontos falhos, erros de planejamento ou execução, insuficiências. A população (ou parte dela) lista, com todo o direito e justiça, problemas na área da saúde, em alguns serviços e obras públicas, ou no interior da máquina administrativa. Não se trata de tapar o sol com a peneira e dizer que São Carlos seja uma cidade perfeita, que a atual administração não tenha cometido erros e deslizes, como todas, aliás, em algum grau cometem. Também por isso, é absolutamente natural que, após 12 anos no governo, haja desgastes, e tanto Barba quanto o PT sejam obrigados a lidar com insatisfações e críticas de parte da população. Além disso, a parcela mais jovem dos eleitores cresceu numa cidade quase sempre governada pelo PT e, portanto, é compreensível que muitos desejem “mudança”. No entanto, é preciso ficar atento para que esse anseio sempre legítimo por mudança não signifique arriscar tudo o que a cidade conquistou desde 2001.

Nesse sentido, a questão de fundo a ser levantada neste momento é: está na hora de alterarmos completamente o rumo político de nossa cidade? Ou seria o caso de seguirmos pela via traçada desde a última década, que tem se mostrado justa, mas aparando as arestas, superando as dificuldades, corrigindo as falhas?

Colocando na balança os erros e acertos do governo petista, fica claro que é esta segunda opção que indica o caminho correto a seguir. Afinal, o que está de fato em jogo nessas eleições não é uma simples escolha pessoal, a preferência pelo perfil do candidato A, B ou C, mas sim garantir a sequência de uma linha progressista de políticas públicas que se conforme com uma visão democrática de cidade. Um município não é uma fábrica, a lógica da coisa pública não é a mesma da iniciativa privada. Um bom prefeito não é aquele que consegue fazer a prefeitura “dar lucro”, nem mesmo aquele que ergue mais prédios ou tapa mais buracos, embora isso também seja necessário. O bom prefeito é aquele preparado para por em prática um projeto global de cidade, projeto que seja capaz de conciliar, de maneira positiva e socialmente justa, as demandas perenes da população (saúde, educação, emprego, segurança, cultura, lazer etc.) com políticas aptas a promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo. É aquele capaz de ampliar o espaço público, a participação e a consciência dos cidadãos, com respeito às individualidades e à democracia. É aquele cuja administração possa colocar a prefeitura a serviço da população, “a cidade em primeiro lugar”. Em São Carlos, apenas o voto em Oswaldo Barba, o voto 13, é a garantia de que continuaremos, nos próximos quatro anos, nos aproximando desse ideal.