domingo, 22 de dezembro de 2013

Elvis Presley - White Christmas

2013 vai chegando ao fim. Ano muito especial para mim, de muitas descobertas e novas experiências, apesar de algumas dores e perdas irreparáveis. De qualquer forma, acho que o balanço final é positivo. Agora, é hora de descansar e recuperar a energia para o próximo ano. E para encerrar o ano do blog em grande estilo, deixo vocês com um clássico do "Rei do rock", White Christmas.

A todos os leitores e leitoras do blog, amigos e amigas, boas festas e um excelente 2014! Ano que vem tem mais!



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Direito, justiça e esporte: a vergonha consumada

O Direito não é uma ciência exata. Longe disso. Fosse assim, não haveria necessidade de processos, advogados, teses, análise de dolo etc. bastaria um aplicador de penas e pronto. Não é assim, justamente porque o direito não se reduz à aplicação pura e simples da “letra fria da lei”. O Direito visa, acima de tudo, garantir a promoção da justiça. Mas, nem sempre a aplicação automática do que está escrito em um código jurídico significa necessariamente promover um julgamento justo. Até mesmo porque todo julgamento envolve uma disputa entre versões e narrativas empreendidas por lados muitas vezes desiguais (em poder econômico, influência, força etc.).

O caso da Portuguesa é um exemplo notório disto. O alegado erro do time paulista não a isenta de culpa. Poderia pagar uma multa ou começar o campeonato de 2014 com quatro pontos negativos. No entanto, penalizá-la com um rebaixamento, diante da evidente falta de dolo na escalação irregular de Héverton e, mais ainda, garantir, com isso, a permanência de outro time – notoriamente mais forte política e esportivamente – que não foi competente para fazê-lo dentro das quatro linhas, é de uma injustiça sem precedentes. Pois, mesmo que se alegue que, com aquele veredicto, tenha sido aplicada a “letra fria da lei”, fica claro que a decisão do campo, (que deveria ser) soberana no âmbito desportivo, foi convenientemente alijada pelos tribunais – ao preço do próprio sentido do Direito.

Ainda não temos certeza de quais serão os desdobramentos do caso. Provavelmente, a Portuguesa recorrerá de vergonhosa decisão (ao pleno do STJD, à Comissão Arbitral do Esporte, ou inclusive à justiça comum), podendo mudar a configuração do campeonato de 2014. O fato é que todos sabemos quais foram os clubes rebaixados, no campo, no campeonato Brasileiro de 2013. Se o Fluminense estiver presente na primeira rodada da série A de 2014, um legalista até poderá dizer que a lei foi cumprida. Jamais poderá dizer, porém, que a justiça foi feita.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Rapidinhas sobre os grupos da Copa

Muita água ainda passará por debaixo da ponte até o dia 12 de junho de 2014, quando Brasil e Croácia derem início à Copa do Mundo. Fase das seleções, eventuais cortes por lesão etc. Por isso, acho precipitado tecer um prognóstico mais minucioso sobre o torneio desde agora. Contudo, após o sorteio de ontem, algumas rápidas observações já podem ser feitas.

Seguindo a opinião quase unânime, também creio que o Brasil teve sorte e caiu em um grupo que, se não é “baba”, também está longe de trazer grandes dores de cabeça. O México, talvez o adversário mais perigoso, especialmente por seu retrospecto contra nossa seleção, se classificou aos 30 minutos da prorrogação. Camarões vive em meio a um ambiente turbulento e seu principal astro, Samuel Eto’o, já não é mais o mesmo. E a Croácia, classificada na repescagem europeia, não parece ter time para repetir o feito de 1998, quando chegou em terceiro lugar no mundial da França. Assim, imagino que não teremos problemas (7 a 9 pontos de previsão), ficando absolutamente em aberto a disputa pelo segundo posto.

O grupo B, que cruz com o do Brasil, sim, traz problemas. Pensando em oitavas de final, tanto Espanha quanto Holanda seriam paradas duríssimas, mesmo se ambas não estejam no mesmo nível de 2010, quando decidiram o Mundial, com vantagem para os espanhóis. De qualquer forma, seria jogo entre grandes, o que é sempre arriscado. Vale ainda lembrar que, em 2010, a Holanda também não era franca favorita e, quando pegou o Brasil... Por isso, não seria nada ruim que o Chile desbancasse uma das favoritas deste grupo, e nos enfrentasse no primeiro jogo eliminatório. Até porque, depois,a  tendência é só vir pedreira.

No mais, o critério adotado pela Fifa, que fez Colômbia, Bélgica e Suíça cabeças de chave, a meu ver, desequilibrou os grupos. O grupo D, sem dúvida, é o mais complicado, com três campeões mundiais (Uruguai, Itália e Inglaterra). Embora torcendo pela celeste, creio que os europeus tenham mais chances de se classificar. O grupo G, com Alemanha, Portugal e EUA também não será fácil. No mais, não creio que haverá grandes surpresas, e os grandes, como Argentina ou França, deverão passar em primeiro.

Por fim, já adianto que adoraria ver uma final (plenamente possível pelo chaveamento) entre Brasil e Argentina. Seria o coroamento dessa Copa que, todos esperamos, será uma das melhores de todos os tempos.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Vá em paz, Madiba!

Nelson Mandela era um daqueles homens imprescindíveis. Homens que transcendem seu tempo. Junto com Martin Luther King ou Malcom X, tornou o combate ao preconceito e a segregação racial uma tarefa universal. Sua morte, hoje, aos 95 anos, deixou o mundo todo de luto. Mas, certamente, Mandela se despede sabendo que seu exemplo e sua luta pela igualdade permanecerão vivos.

Vá em paz, Madiba!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Homenagem a Pedro Rocha

Nunca vi Pedro Rocha jogar. No entanto, sempre que leio sobre a história do São Paulo, vejo seu nome em destaque. Pelé, por exemplo, disse se tratar de um dos cinco maiores jogadores de todos os tempos. Além disso, me lembro, desde pequeno, ouvir meu pai falando que o uruguaio era uma dos maiores jogadores que ele tinha visto jogar. Nota: meu pai é palmeirense.

Neste dia 02, Pedro Rocha faleceu, um dia antes de completar 71 anos. Segue uma pequena homenagem a um dos jogadores que fizeram do São Paulo Futebol Clube um dos maiores do mundo!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O "esquerdismo"

O termo “esquerdismo” foi popularizado na literatura política de esquerda pelo ensaio de Lênin, Esquerdismo, doença infantil do comunismo, de 1920. Nele, Lênin se contrapunha aos chamados “comunistas de esquerda” que exigiam do governo soviético e do partido bolchevique posições radicais equivocadas, voluntaristas e afastadas da dinâmica própria da luta de classes (em nível nacional e internacional) que então se desenvolvia. Por exemplo, a recusa daqueles grupos de participar de parlamentos ou sindicatos “reacionários”, ou se aliarem a setores médios da sociedade.

Para Lênin, a primeira tarefa a ser observada por um partido socialista, representante das massas trabalhadoras, era “levar em conta, com estrita objetividade, as forças de classe e suas relações mútuas antes de empreender qualquer ação política”. Tratava-se, assim, de preparar um exame correto das forças em disputa, com o intuito de agir em conformidade com a realidade presente da luta de classes, o estágio de desenvolvimento e mobilização das organizações dos trabalhadores, o grau de dominação da burguesia e das demais forças opositoras, e as possibilidades de construir alianças ou consensos, ainda que pontuais ou efêmeros, com outros setores sociais.

Gramsci, na esteira de Lênin, dizia que, diante da realidade da reprodução capitalista, de seu amplo domínio, não apenas material, mas também de corações e mentes, apenas a transformação paulatina da realidade material e cultural, em nome da construção de uma nova “hegemonia” das classes populares, poderia estabelecer um novo rearranjo político e cultural, uma nova correlação de forças e, com eles, novos parâmetros para a sequência da luta de classes. Com efeito, apenas neste movimento o horizonte para novas mudanças significativas poderia se alterar. Mas, não necessariamente de modo positivo, pois não se trata de um processo linear ou homogêneo, mas assentado intrinsecamente à dialética da luta de classes. Seu sucesso, portanto, dependeria essencialmente daquele exame minucioso da realidade concreta presente, em particular das forças em disputa.

Em resumo, tanto em Lênin, quanto em Gramsci, a possibilidade da ação política de esquerda se assenta no entendimento das filigranas atuais da luta permanente que nasce das contradições intrínsecas à formação social capitalista, e cujo sentido jamais pode ser dado a priori, mas resulta da dinâmica interna daquela mesma luta. Ocorre que essa perspectiva faz da política uma atividade de longo prazo, com sacrifícios e dissabores, vitórias e derrotas, idas e vindas. O esquerdismo se caracteriza, justamente, por fechar os olhos a essa realidade em nome da “urgência” de seus objetivos. Lênin, em Esquerdismo, recupera uma carta de Engels, de 1874, contra o “Manifesto dos 33 comunardos-balnquistas”, que é exemplar a esse respeito:

“Somos comunistas” (diziam em seu manifesto os comunardos-blanquistas), “porque queremos atingir nosso objetivo sem nos determos em etapas intermediárias e sem compromissos, que nada mais fazem que tornar distante o dia da vitória e prolongar o período de escravidão”. Diante dessa posição, Engels se contrapunha nos seguintes termos: “Os comunistas alemães são comunistas porque, através de todas as etapas intermediárias e de todos os compromissos criados não por eles, mas pela marcha da evolução histórica, veem com clareza e perseguem constantemente seu objetivo final: a supressão das classes e a criação de um regime social onde não haverá lugar para a propriedade privada da terra e de todos os meios de produção. Os 33 blanquistas são comunistas por imaginarem que basta seu desejo de saltar as etapas intermediárias e os compromissos para que a coisa esteja feita, e porque acreditam firmemente que se ‘a coisa arrebenta’ num dia desses e o Poder cai em suas mãos, o ‘comunismo será implantado’ no dia seguinte. Portanto, se não podem fazer isto imediatamente, não são comunistas. Que pueril ingenuidade a de apresentar a própria impaciência como argumento teórico!”.

O esquerdista crê que a política e a transformação social se reduzem a uma questão de vontade. Bastaria que o governante quisesse encaminhar a sociedade numa determinada direção para que, na sequência, sua vontade se fizesse lei e o status quo fosse superado. Não é à toa, portanto, que em governos oriundos ou capitaneados pela esquerda, a crítica esquerdista renasça com mais força. É que, em sua visão, nestes casos, seria ainda mais plausível a possibilidade de “saltar etapas” e “implantar o comunismo amanhã” (palavras traduzidas por outras, de acordo com a situação e o momento histórico). Afinal, eles teriam o “poder” em suas mãos. Por isso, quando governantes ou partidos de esquerda não se encaminham nesse sentido, são tachados de “traidores”, “oportunistas”, “conservadores” etc.

Não que não haja aqueles partidos, militantes ou governantes de esquerda que eventualmente mereçam essas designações. O problema do esquerdismo é generalizá-las diante de sua própria miopia teórica e política, de sua “impaciência pueril”. Afinal, ele não consegue compreender que a política é uma disputa de forças, logo, que qualquer avanço requer a construção (em todas as frentes diria Lênin e, depois, Gramsci), de uma força maior do que aquela que se pretende vencer (ou seja, construir as possibilidades de conquista do poder). Por isso, em nome da preservação de sua pureza ideológica – que jamais é afetada, na medida em que se recusa a tomar parte da política tal como ela é – resta ao esquerdismo um discurso radical que termina por prendê-lo na armadilha do “ou tudo ou nada”. Desnecessário dizer que, invariavelmente, ele fica com o nada.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Desistir? Jamais!




















Neste dia, neste momento, tudo o que dá para dizer é: toda a solidariedade aos companheiros!

A história se encarregará de mostrar a verdade. Nossa luta por um Brasil justo e soberano não vai parar.

Viva o PT!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Processo de Eleições Diretas do PT

No último domingo, o PT realizou seu processo de eleições diretas, o PED, que escolheu os dirigentes que comandarão a legenda pelos próximos quatro anos. Mesmo antes do fim da apuração total, os resultados estão praticamente consolidados no plano nacional. E sem nenhuma novidade. Como era previsto, Rui Falcão foi reeleito presidente do PT com cerca de 70% dos votos. Em segundo lugar, Paulo Teixeira (em quem votei, aliás) com aproximadamente 20%. Para a composição do diretório nacional, a corrente de Rui, a Construindo um Novo Brasil, obteve pouco mais da metade dos votos com sua chapa O partido que muda o Brasil (terá, portanto, cerca de metade das cadeiras), seguida pela chapa de Paulo, a Mensagem ao Partido, que cresceu em relação ao último processo, em 2009, obtendo também cerca de 20% dos votos e se consolidando como a segunda força nacional do PT. 
                                                       
Independentemente dos resultados, porém, algumas observações precisam ser feitas. Se, por um lado, é preciso elogiar um partido que tem coragem de propor eleições diretas livres para escolha de seus dirigentes, por outro, a meu ver, não se pode negar certo esgotamento da fórmula atual do PED. Por exemplo: a participação ficou bem aquém das possibilidades do PT. Apenas cerca de 60% dos mais de 800 mil militantes aptos a votar compareceram as urnas. O baixo número parece corroborar a tese de irregularidades na cotização de parte dos filiados, além de indicar certa desmobilização de parte da militância, mesmo depois de junho e às vésperas do desafio de reeleger a presidenta Dilma no próximo ano. O debate de propostas e ideias foi muito escasso diante da magnitude de nossas tarefas e de nossas responsabilidades futuras. Com efeito, há de se reconhecer que, infelizmente, o PT tem incorporado, em sua organização interna, alguns dos piores vícios da política brasileira, e a lógica do PED tem se aproximado perigosamente daquela que caracteriza o processo eleitoral nacional, contaminado por forte influência do poder econômico (no caso, das máquinas partidárias).

Nesse sentido, se corretamente propomos uma reforma no sistema político-eleitoral brasileiro, entendo que, no próximo período, também será preciso pensar alguma espécie de reforma política interna. Não sei se é o caso de acabar com o PED, como alguns defendem. A princípio, acho que não. Mas, concordo com a posição de que é preciso mudá-lo urgentemente. Por isso, acho que este debate não poderá faltar no V Congresso do PT, que ocorrerá em dezembro com delegados oriundos das chapas que disputaram este PED. Afinal de contas, se, como bem indicou o ex-presidente Lula no último domingo, o PT precisa se renovar e se aproximar da juventude, isso só será possível se o partido oxigenar também sua política interna: aprofundar sua democracia, ampliar a participação das bases partidárias e reforçar seus valores democráticos e socialistas. Temos todas as condições do mundo de fazê-lo e já o fizemos em outros momentos. Basta vontade política de todos.

Por fim, independente de não ter sido meu candidato, todo apoio ao companheiro Rui Falcão e os votos de um grande mandato.

Viva o Partido dos Trabalhadores!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Algumas considerações sobre os "Black Blocs"

Desde que apareceram para o grande público, na esteira das manifestações de junho, os Black Blocs têm sido alvo de calorosos debates entre seus defensores e seus opositores. Até aqui, não me atrevi a escrever nada específico a respeito, por se tratar de um fenômeno novo, do qual não tinha elementos suficientes para tecer uma análise com um mínimo de embasamento e justiça. Mas, depois de ler considerações de um lado e de outro, e mesmo daqueles que não são nem explicitamente contra, nem totalmente a favor, decidi me arriscar a fazer algumas observações, centradas tão somente em dois eixos – primordiais, a meu ver – de qualquer ação política: sua ideologia e a consequente correlação entre tática e estratégia que ela estabelece.

Comecemos pelo fator ideológico. A princípio, os Black Blocs  são um grupo anarquista e, portanto, de esquerda, anti-capitalistas. Mas, dentre seus adeptos, há aqueles que se consideram anarco-capitalistas. Ainda que esteja longe de ser uma amostra científica, uma rápida olhada por perfis e postagens nas redes sociais é suficiente para ver que muitos Black Blocs são contra o Estado, não porque enxergam na dissolução do poder estatal o meio de dissolução de toda forma de poder, de opressão e exploração, mas porque, em sua visão, o Estado bloqueia a liberdade do indivíduo, ou seja, a liberdade de mercado. Parece-me se tratar de uma posição minoritária, mas, talvez seja realmente impossível responder com precisão qual a ideologia Black Block (em sentido amplo), uma vez que estamos falando de um grupo propositalmente “desorganizado”, sem maior filtro em relação a seus adeptos. Eis aí uma primeira complicação. A confusão ideológica, portanto, a falta de clareza em relação a objetivos estratégicos, não costuma auxiliar no sucesso de uma ação política.

Mas, partamos do pressuposto de que se trata de um agrupamento anarquista de esquerda. Seu fim último é derrubar o Estado e as relações capitalistas que o sustentam. Justo. Urgente. O problema, a meu ver, está na tática utilizada para atingir este fim: a generalização da violência e do ataque a bens e propriedades, público ou privados, considerados símbolos da dominação capitalista.

Ressalvo que estou longe de defender na política, qualquer “purismo” ou “pacifismo” acrítico e reacionário. A revolta e a violência não são ruins em si. Muito pelo contrário, são instrumentos políticos importantes, quando bem utilizados. A questão, justamente, é saber quando e como utilizá-los. E, a meu ver, os Black Blocs não o sabem (ou não têm sabido).

Política é disputa de forças para se atingir determinado fim. Naturalmente, aqueles que visam conservar a ordem têm a sua disposição quase todos os mecanismos necessários à preservação do status quo. Aos que se opõem, resta um único caminho: aglutinar, por todos os meios possíveis, uma força maior, capaz de se sobrepor à primeira. Isso, claro, não se faz da noite para o dia. Ao menos, não em um regime minimamente democrático. É um trabalho árduo: saber analisar concretamente a realidade, mensurar com exatidão o poder das forças que estão em jogo, saber dialogar, possuir clareza de objetivos e, porque não, saber o momento de recuar ou de fazer concessões. Para isso, é preciso um mínimo de organização. Isso vale para a política institucional, tanto quanto para um movimento social; para um governo, tanto quanto para uma categoria em greve; na disputa partidária ou naquela que travamos, muitas vezes sem perceber, em nosso meio de convívio cotidiano. Sendo assim, toda ação política (de esquerda) deve, a meu ver, se orientar pelas seguintes questões: esta ação, tomada neste momento, neste cenário, ajuda a acumular forças em torno de nosso objetivo maior? Ajuda a elevar o nível de consciência das pessoas acerca de nossa realidade social? Aumenta nosso poder de intervenção nessa realidade?

Do que vi até aqui, eu realmente não consigo enxergar respostas afirmativas a essas questões nas ações dos Black Blocs. Não estou nem falando de eventuais exageros que possam ser cometidos, inclusive por terceiros que se apropriem do nome do grupo, o que seria desonesto. Há exageros e usurpações em todo o espectro político. Estou me referindo tão somente à tática padrão do grupo, a “estética” das chamadas “ações diretas”. Revoltar-se contra o Estado burguês, a militarização e a truculência da polícia, a opressão e a exploração do capital, insisto, não é apenas legítimo e justo, como necessário. Mas, há formas e formas de canalizar e expressar essa revolta. Creio que as melhores são aquelas que, a cada momento e em cada situação particular, respondam positivamente às questões elencadas no parágrafo anterior. Assim, não acho, sinceramente, que botar fogo num ônibus ou depredar um telefone público, por exemplo, contribua para acumular forças ou despertar a consciência das pessoas para nossos problemas sociais. Exceto em casos excepcionais, jamais como regra. Afinal, são ações que, em grande medida, prejudicam principalmente os mais pobres, que precisam daqueles ônibus e orelhões. Portanto, que tendem a afastar aqueles que deveriam ser agregados. Até mesmo no caso dos bancos, um dos maiores cânceres da sociedade contemporânea, o fato é que, numa análise fria, percebemos que a tendência se mantém: se uma agência qualquer deixa de funcionar, não é a elite – que faz todas as suas movimentações financeiras pela internet ou direto com seu gerente – que será prejudicada, mas o restante da população, que ou terá de esperar para fazer suas operações bancárias, ou terá de se deslocar até outra agência, o que, tanto num caso quanto no outro, nem sempre é possível. Os exemplos poderiam se multiplicar. Em geral, as ações dos Black Blocs, têm baixo nível de adesão popular, a meu ver (e para além da evidente influência que a grande mídia, contrária a tudo que coloque em risco a "ordem", exerce sobre a opinião das pessoas), justamente porque, apesar de suas intenções, são incapazes de dialogar, seja com outros setores, seja com seus próprios pares – por exemplo, com outras camadas da juventude e dos trabalhadores (mal este que, no entanto, está longe de ser exclusivo dos Black Blocs).

Contudo, seria equivocado definir esse tipo de ação violenta (real ou simbolicamente), em si mesma, como “fascista”. Nem mesmo como puro "vandalismo". Na verdade, vejo os Black Blocs primeiramente como o resultado extremo de um justificável desencanto pela política brasileira – que há muito tem perdido aquela dimensão utópica que mobiliza especialmente a juventude – adensado por uma reação à violência desmedida exercida cotidianamente pelos aparelhos repressivos do Estado, sobretudo com os jovens (negros) da periferia. Não por acaso, portanto, sua tática se concentra em revidar, ao seu modo, essa violência, em especial contra a PM, ao mesmo tempo em que opera como uma negação da política em duplo sentido: tanto da política existente (Estado, governos, partidos, instituições e organizações atuais), quanto da política tal como definida anteriormente, isto é, como acúmulo e conflito de forças para se atingir determinado fim. Ocorre que, para mudar a primeira, é preciso se valer da segunda – o que os Black Blocs recusam, pois, a meu ver, confundem ambas de maneira equivocada e perigosa. A primeira consequência dessa confusão, como mencionado acima, é que seu “apoliticismo” os leva ao exercício generalizado de ações (ou “performances”) que, na maioria das vezes, se encerram em si mesmas, ou seja, são estéreis, sem transcendência. Ações que, da forma com que são executadas, sem organização ou sem se ligarem a uma tática de maior amplitude, terminam tão somente por separar seus adeptos da massa,rio, ontrertar o potencial transformador da luta popular, s reclamaç isolando-os daqueles com quem deveriam dialogar (o que, diga-se de passagem, tende a se agravar com o uso das máscaras). Portanto, os exclui da disputa política propriamente dita – seja aquela que se dá pela via institucional, seja aquela que se dá através dos diversos movimentos sociais organizados ou no convívio cotidiano –, mesmo quando suas reivindicações são justas e quando suas manifestações têm alvos acertados, como ao erguerem suas vozes contra a repressão policial em morros e favelas.

Mas, o efeito mais grave neste caso é que, não obstante os intentos de seus simpatizantes, ou a justeza de suas reclamações, a intensificação dessa posição “apolítica”, combinada às performances violentas que não parecem capazes de aglutinar apoio, ao invés de despertar o potencial transformador da luta popular, pode, na verdade, apenas aguçar os ânimos conservadores e dar margem a uma forte reação destes setores. Neste caso, o erro tático pode dar margem a um movimento muito mais temerário. Mas, isto é uma discussão maior, que fica para outra oportunidade.
                                                                                        

domingo, 27 de outubro de 2013

O incrível trabalho de Muricy Ramalho

O trabalho de Muricy Ramalho à frente do São Paulo tem sido incrível. Quando ele foi contratado, tinha esperança de que pudesse salvar o time do rebaixamento. Esperava algo como uma salvação na última rodada, aquela coisa dramática de sofrimento até o fim. Mas, a encomenda saiu-se melhor do que eu, e imagino que qualquer são-paulino imaginava. Muricy não apenas recuperou jogadores, como Ganso, Maicon e Aloísio, ou conseguiu fazer com que outros meia-boca, como Ademílson, Reinaldo ou Paulo Miranda não comprometessem a estrutura do time. O maior mérito de Muricy, a meu ver, foi ter reerguido o moral do time, feito do São Paulo, novamente, um time grande, mesmo que com um elenco limitadíssimo. A torcida comprou a ideia e o resultado se mostra na tabela. Estamos a dois ou três pontos de nos livrarmos matematicamente do rebaixamento (com 21 a disputar), sonhando com um bi-campeonato da Sul-americana e, mais importante, jogando, dentro das possibilidades, um bom futebol, de cabeça erguida e ofensivo.

Claro, o sucesso de Muricy não pode apagar o fato de que só chegamos naquela situação dramática, a pior de nossa história, graças aos erros frequentes da diretoria e, sobretudo, de Juvenal Juvêncio. Espero que, no próximo ano, a nova diretoria (e espero que seja nova mesmo, pois acredito que uma vitória da oposição seria salutar para o clube neste momento), veja no terceiro mandato de Juvenal o exemplo do que não fazer com o clube, e comece a reconstruí-lo na direção vitoriosa que caracterizou as últimas décadas do tricolor paulista. Nesse sentido, ter alguém como Muricy no banco será um ponto de apoio importante para que, em 2014, não celebremos apenas a permanência na série A.

sábado, 19 de outubro de 2013

Poética

Em homenagem ao centenário de Vinícius, o "poetinha", celebrado neste 19 de outubro.




















Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço
-Meu tempo é quando

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Bruce Springsteen - Bobby Jean

Quando o Bruce Springsteen veio ao Rock in Rio, mês passado, conhecia várias músicas dele, gostava de uma ou outra, mas não era propriamente fã. Na verdade, o fato é que eu nunca tinha prestado a devida atenção em sua obra. Talvez porque, embora seja quase um mito nos Estados Unidos e em outros países, ele curiosamente não seja tão conhecido no Brasil. Ou, quem sabe, por sua música fugir um pouco ao estilo clássico do rock'n'roll, que eu adoro, com solos de guitarra e refrões mais marcantes. Mas, depois do show no Rio de Janeiro, que pude acompanhar pela TV, minha percepção mudou completamente. Confesso que me tornei fã: fui atrás de suas músicas, CD's, passei a estudar as letras, tirar as músicas no violão e na guitarra etc. Enfim, quis conhecer, de verdade, seu trabalho (como, aliás, faço com todo artista "novo" que me desperta a atenção). E descobri o quanto ele tem a oferecer. Seja pelas melodias tão bem executadas pela E-Street Band, que o acompanha, seja pelos versos críticos, com cunho social e político, ou pelos shows com uma simpatia única e uma energia contagiante para um senhor de 63 anos. É um artista, enfim, a descobrir.

Por ora, deixo vocês com uma de minhas preferidas, Bobby Jean, de um de seus principais álbuns, Born in the USA, de 1984.

   

sábado, 5 de outubro de 2013

Começa o xadrez para 2014

A ida de Marina Silva para o PSB redesenhou o panorama político para as eleições presidenciais de 2014. Se, antes, tínhamos três candidaturas da oposição com chances de disputar um eventual segundo turno com Dilma Rousseff, agora, este número passou para duas ameaçando se tornar uma única. Expliquemos.

A princípio, disputam contra Dilma a chapa do PSB (Eduardo Campos e Marina Silva) e mais uma encabeçada pelo PSDB (Aécio Neves, provavelmente, ou José Serra). Com dois pré-candidatos à presidência, ao que parece, a definição da cabeça de chapa dos “socialistas”, que a princípio seria do dono do partido, Eduardo Campos, poderia migrar para Marina, caso aquele continue estagnado na faixa dos 5% das intenções de voto, contra os atuais 20% de sua nova correligionária. Seria o movimento natural de quem deseja ganhar a eleição, ou ao menos ir para o segundo turno, entregar a cabeça para o candidato mais bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto.

Se este movimento vier a se concretizar, quem ficaria isolada seria a candidatura tucana. A exemplo de Campos, o PSDB, até agora sem conseguir deslanchar nas pesquisas, mas sem um apoio de peso como o de Marina, desponta não mais como segunda, mas como terceira força no cenário eleitoral. Some-se a isso o fato de, em Minas Gerais, terra de Aécio, os tucanos não contarem com um nome de peso para tentar seguir à frente do governo do estado, e temos desenhado um cenário em que o ex-governador mineiro poderia abrir mão de uma candidatura própria, lançar-se novamente ao governo de Minas e apoiar Marina. Neste caso, se formaria uma ampla coalizão contra o que Marina Silva acaba de definir, no melhor espírito da direita latino-americana (quem diria!) como o “chavismo do PT”.

Contudo, a criação desse cenário depende de algumas variáveis importantes. Em primeiro lugar, que Eduardo Campos aceite ceder a candidatura à presidência para Marina. Por enquanto, é o oposto que se aventa mais provável. Mas, como dissemos, a manutenção do nome de Marina à frente do de Campos nas pesquisas de intenção de voto, pode modificar este panorama até junho do próximo ano, quando se definem os candidatos.

Além disso, não deverá ser simples para o PSDB, a essa altura, abrir mão de uma candidatura própria. Isso marcaria, no limite, o fim do partido. Nesse sentido, a própria permanência de Serra nos quadros do partido pode indicar que, num caso em que a derrota seja considerada como praticamente certa, isto é, em que os tucanos não vislumbrem sequer passar para o segundo turno, Serra poderia ser rifado por Aécio apenas para manter o PSDB como “opção” (até porque, no fim das contas, o ex-governador de São Paulo tem mais potencial de votos do que Aécio) – ao mesmo tempo em que tenta salvar seu ninho em Minas Gerais.


É verdade que muita água ainda vai passar por debaixo dessas pontes. Por ora, o certo é que, no xadrez para 2014, a movimentação de Marina, com sua aliança com Campos, a coloca como principal opositora a Dilma no próximo ano. A pergunta que fica é: oposição à esquerda ou à direita? Infelizmente, tudo indica que a “sonhática” candidata parece disposta a abrir mão de seus ideais (aqueles que supostamente norteariam a criação da natimorta “Rede sustentabilidade”), e mesmo de um programa alternativo progressista para o Brasil, exclusivamente em nome de “tirar o PT do poder”. Nesse sentido, depois do apoio aberto da Natura, do Itaú e, mais veladamente, da família Marinho, ser companheira de partido de Heráclito Fortes e da família Bornhausen parece ser apenas mais um passo nessa direção. Contudo, é preciso aguardar. Fica a expectativa, e mesmo a torcida para que, ao contrário do que se pode depreender de suas últimas declarações, a presença de Marina Silva nas eleições de 2014, como candidata à presidente ou vice, seja não apenas parte de um rancoroso (e direitista) plano “anti-PT”, mas que ela encabece um efetivo projeto capaz de polarizar as discussões políticas do próximo ano mais à esquerda do que aquelas que tivemos nas eleições de 2010. Neste caso, ganharíamos todos, inclusive os eleitores de Dilma, que assiste tudo de camarote.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O fim da MTV


Ontem, 30 de setembro de 2013, depois de 23 anos ininterruptos no ar, a MTV Brasil encerrou suas atividades. No lugar, uma “nova” MTV, que em nada lembra o canal que marcou a adolescência de tantos jovens, especialmente em sua primeira década de existência, vai ao ar.

É verdade que a MTV Brasil há muito deixava a desejar. Eu, por exemplo, que fui um telespectador assíduo entre meados dos anos 1990 e início dos 2000, há muitos anos não acompanhava mais a emissora, cada vez mais distanciada de suas raízes musicais e de seu arrojo vanguardista. Verdade, porém, que o acesso à música  e a clipes, na era da internet, inviabiliza e muito  a proposta original da MTV. Mas, nas últimas semanas, a reexibição de antigos programas e entrevistas com ex-VJs da casa me provocou uma série de viagens ao passado. Lembranças de quando aguardava a exibição de um clipe, informações sobre um disco novo a ser lançado, de alguma banda que viria para o Brasil... Claro, achava que o rock era escanteado na programação da emissora (me recordo como várias vezes ficava lutando contra o sono para poder ver, às segundas-feiras, meia-noite, o Fúria MTV, única faixa do canal dedicada exclusivamente ao rock pesado). Ainda assim, as lembranças positivas são as que permaneceram. Lembro-me perfeitamente do impacto que tive quando vi pela primeira vez o clipe de November rain, do Guns 'n Roses, ou quando vi o "Unplugged" do Kiss; o show de lançamento da turnê do “Volume dois” dos Titãs, ou a primeira exibição na íntegra do Acústico da Legião Urbana, entre tantos outros momentos e descobertas (frequentemetne gravados em antigos VHS já perdidos). Nesse período de nostalgia, me lembrei que num determinado momento, cheguei a ter um pôster da Sabrina Parlatore no meu quarto! rs

No momento em que eu começava a me apaixonar por música, sobretudo o bom e velho rock’n’roll, e em que despertava o sonho de, com uma guitarra nas mãos, montar uma banda como a de meus tantos ídolos, a MTV Brasil foi fundamental para que eu pudesse me aproximar desse universo tão rico.

Enfim, o fim da MTV Brasil leva um pedacinho de uma das fases mais felizes de minha vida, aquela embalada nos doces – e, de alguma forma, eternos – sonhos de juventude. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Soneto de aniversário

Nesse dia mais do que especial para minha esposa, Angelica, dedico a ela este poema, de Vinícius de Moraes.

Angel, que venham muitas outras primaveras!
















Soneto de aniversário
(Vinícius de Moraes)

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece....
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Queen - Bohemian Rhapsody

Em tempos de Rock in Rio, vale relembrar uma das melhores bandas que já passaram pelo festival, o Queen. No vídeo, extraído da apresentação da banda na primeira edição do Rock in Rio, em 1985, o clássico Bohemian Rhapsody, numa versão arrasadora.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

A última cartada

Quando Paulo Autuori foi contratado pelo São Paulo, afirmei aqui que, não obstante sua capacidade e seu passado vitorioso no clube, tinha um enorme pé atrás em relação a seu nome. Seu retrospecto recente no futebol brasileiro não o avalizava para ser o técnico capaz de cumprir a missão (que se anunciava necessária desde aquele momento) de salvar o time de um eventual rebaixamento. No final das contas, acho que ele fez um trabalho razoável, tendo em vista o limitadíssimo elenco do tricolor paulista e a maratona de jogos que enfrentou desde que chegou, que o impossibilitou de treinar adequadamente o time. Mas, claramente, se o São Paulo quiser se salvar, um trabalho mediano já não basta. Autuori parecia não ter mais de onde tirar forças para fazer o São Paulo reagir. Por isso, acho que sua saída, faltando “ainda” um turno, foi acertada. Era preciso fazer algo.

Nesse sentido, Muricy é a aposta derradeira de salvação de uma diretoria completamente perdida. Cansei de criticar a administração JJ, que montou esse elenco pífio de segunda divisão, mas acho que a contratação do técnico tricampeão brasileiro foi, finalmente, um acerto. Deveria ter vindo antes, é verdade (justamente no momento da contratação de Autuori). Mas, ainda chega a tempo de tentar um daqueles milagres que, volta e meia, acontecem nesse esporte tão fascinante quanto imprevisível.

Sim, porque é disso que se trata. Muricy representa, de fato, o último suspiro de esperança que o SPFC pode dar neste ano. Realmente não sei se, em longo prazo, ele conseguirá extrair de um time tão fraco algo mais do que foi produzido até aqui. Não porque duvide de sua capacidade, claro, mas pela situação em que chega. De qualquer forma, já foi possível perceber, nessas horas que sucederam ao anúncio de seu retorno, que o impacto imediato é altamente positivo: basta ver as manifestações dos torcedores pelas redes sociais. Apoio praticamente unânime. Todo são-paulino sabe que, dessa vez, ou vai ou racha. Agora, é preciso que esse impacto positivo seja absorvido também pelos jogadores. Aí é o mais difícil. É onde, justamente, Muricy terá que mostrar sua capacidade, e fazer o clima de euforia gerado por sua contratação se reverta em confiança para o time, num futebol mais competitivo e, acima de tudo, capaz de conseguir os resultados que precisamos. Para ontem.

Criar esse círculo virtuoso não será fácil. Mas, temos um turno para não terminar esses três anos de desmandos e bobagens feitas pela atual administração no maior desastre futebolístico da história do clube. 18 jogos, já que estamos a quatro pontos (portanto, dois jogos) de sair do Z4. A cartada final foi dada. Resta torcer.

domingo, 8 de setembro de 2013

Viva Allende!

No próximo dia 11 de setembro se completam 40 anos do golpe dado pelo general Augusto Pinochet, no Chile. Com ajuda direta da CIA (o serviço de inteligência norte-americano), o golpe acabou com a primeira experiência de um governo de viés socialista/marxista democraticamente eleito, o de Salvador Allende, implementando naquele país uma ditadura das mais sanguinárias do século XX, e que durou até 1990.

Num momento em que mais uma guerra imperialista se avizinha, em que a América Latina avança pela esquerda, e em que explodem denúncias de espionagem dos EUA em países como o Brasil, visivelmente por conta da posição estratégica que nosso país ocupa (em termos de liderança regional e mesmo global, em relação a seus recursos energéticos e a seu potencial produtivo etc.), nunca é demais resgatar a experiência chilena – e o papel ativo que os norte-americanos desempenharam no golpe que pôs fim ao governo Allende. É sempre preciso lembrar o modus operandi frequentemente adotado pelos EUA, que não conhece quaisquer escrúpulos para salvaguardar os interesses do capital, se colocando sempre disposto a agir, da maneira que convier, para sufocar o menor sinal de autonomia de seus “subordinados”. A experiência chilena também nos ensina que a direita, mesmo num ambiente de aparente estabilização democrática, está disposta a tudo para impedir o sucesso de qualquer governo que se disponha a mexer em seus interesses: de sabotagens econômicas a manobras políticas ilegais, inclusive com auxílios externos, tudo vale em nome da manutenção da ordem vigente. E que, diante disso, a análise correta, sem mistificações, da chamada “correlação de forças” é um elemento imprescindível: conquistar o Estado e conquistar o poder são coisas que nem sempre caminham juntas - e esse descompasso jamais pode ser negligenciado numa análise política. Por fim, a via chilena também nos alerta que, num quadro de tensão, o inimigo pode estar mais perto do que se imagina: nunca é demais recordar que Pinochet, até então homem de confiança de Allende, foi nomeado, poucas semanas antes do golpe, chefe das Forças Armadas chilenas, numa das últimas tentativas do presidente socialista de conter o processo de golpe em curso.

Mas, acima de tudo, o legado e o exemplo de Allende devem servir de inspiração e força para as lutas que temos travado, cotidianamente, no Brasil e na América Latina. Mais do que nunca, é preciso dizer a plenos pulmões: Allende vive!

Enfim, deixo vocês com o heróico discurso final de Salvador Allende, de dentro do Palácio Presidencial La Moneda, momentos antes do bombardeio ali realizado pelo exército chileno que, selaria o golpe.

"Mais cedo do que tarde, se abrirão novamente as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor" (Salvador Allende)

domingo, 1 de setembro de 2013

O conceito de Deus na filosofia de Espinosa

Baruch de Espinosa é um dos mais importantes e instigantes pensadores de todos os tempos. A ponto de Henri Bergson, importante filósofo do século XX, declarar que “todo filósofo tem duas filosofias: a sua própria e a de Espinosa”.

Sua filosofia visava combater toda forma de superstição (aí incluso aquelas de caráter religioso) e servidão dos homens a seres e poderes irracionais ou ocultos, por meio de um racionalismo absoluto. Confiante nos poderes libertadores da Razão, Espinosa vê em seu bom uso o caminho para a aquisição de ideias adequadas sobre nós mesmos e o universo. Não por acaso, portanto, um dos pontos-chave da filosofia espinosana é seu conceito de Deus.

Na Ética, seu principal livro, Espinosa constrói geometricamente a gênese da ideia adequada de Deus. O ponto de partida espinosano é o conceito, caro à filosofia moderna, de substância. Substância é aquilo que existe em si e por si mesmo, e sem o qual nada que existe pode ser concebido. Se é assim, se toda substância só o é na medida em que é causa de si mesma, diz Espinosa, só pode haver uma substância no universo. Tal substância, ao causar-se a si mesma, causa a essência e a existência de todos os demais seres. A substância é, pois, o Absoluto. Esse Absoluto é o próprio Deus. Mas, da própria assimilação de Deus à substância uma que é causa de tudo o que há, não se pode pensar a entidade divina como um ser situado em outro local (portanto, transcendente, conforme acreditam as religiões como o cristianismo, o judaísmo ou o islamismo) mas de um ser imanente ao próprio universo. Quer dizer, Deus é o próprio universo, sua causa imanente, a substância absoluta que – forçosamente infinita (se fosse finita, teríamos de admitir a existência de uma outra substância que a limitasse), se exprime de infinitos modos. Deus sive Natura, Deus ou Natureza: não há distinção entre ambos, mas a própria Natureza é Deus na medida em que é a expressão (também temporalmente infinita) de Seus infinitos atributos. Por conseguinte, não há relação de servidão entre o homem e Deus, pois não há criação, no sentido teológico do termo. Cada um de nós é resultado do processo de auto-produção de Deus: exprimimos seu Ser e Ele existe através de nós.

Deste modo, a Ética derruba os pilares de todo o construto teológico-metafísico baseado na ideia da transcendência de Deus ao mundo, ou seja, erguido sobre a imagem de um ser supremo, apartado do mundo, que o criou a partir do nada, e que o conduziria de acordo com princípios incognoscíveis para nossa razão. Para Espinosa, Deus é a força imanente ao mundo e este é Sua expressão.

Naturalmente, a concepção espinosana é polêmica. Não por acaso, foi imediatamente condenada pela Igreja, que via nela uma ameaça a seu poder, baseado no monopólio da mediação entre o homem e Deus. Contudo, a meu ver, sua força e sua beleza residem justamente em seu poder de revelar, de modo visceral, a ligação imanente do finito ao infinito, o parentesco profundo que compartilhamos com a totalidade do universo, de modo que nenhuma religião, nem nenhuma filosofia posterior, seria capaz de exprimir. Melhor ainda: sem recorrer a qualquer forma de magia ou superstição, sem nos submeter servilmente a qualquer poder externo coercitivo, mas apenas seguindo os preceitos libertadores da Razão.

sábado, 24 de agosto de 2013

Fellini 8 1/2

Vi Oito e meio, pela primeira vez, há quase 10 anos, numa apresentação na UFSCar, com apresentação do saudoso filósofo Bento Prado Júnior - que, poucos meses depois, se tornaria meu orientador na graduação. Se estivesse vivo, Bento teria completado 76 anos no último dia 21. A lembrança deste filme, que ele tanto admirava, é minha singela homenagem a ele.

Naturalmente, os sempre brilhantes comentários de Bento facilitaram meu entendimento e me fizeram admirar ainda mais essa obra de Federico Fellini. Afinal, 8 1/2 é daqueles filmes que deve ser visto com absoluta concentração, atenção aos detalhes, às imagens. Não é, portanto, um filme de "fácil degustação". Além do mais, sua longa duração (mais de duas horas) e o fato de ser filmado em branco e preto, pode, a princípio, afugentar alguns e dificultar o entendimento. Mas, uma vez imersos na trama e na metalinguagem que Fellini aplica neste trabalho, é difícil não se encantar com essa verdadeira obra de arte: a trilha sonora, de autoria de Nino Rota (que também assina a trilha de filmes como O poderoso chefão e Romeu e Julieta); a permanente alternância entre sonho e realidade que caracteriza o roteiro (embora confesse que, naquele momento, tenha tido dificuldades em compreender algumas passagens, mesmo com as explicações de Bento); e, sobretudo, pelas atuações magistrais de Marcello Mastroianni e Claudia Cardinale, além de Anouk Aimée. Mastroianni, aliás, é, na minha opinião, um dos melhores atores que vi atuar. Mais talvez: um daqueles caras que a gente olha e diz: "queria ser como ele". Como se diz atualmente: um "mito". E Cardinale, além de competente é, provavelmente, das atrizes mais belas que já apareceu nas telas.

8 1/2 é, sem dúvidas, obrigatório para os amantes do cinema. 



***

Fellini 8 1/2

Ano: 1963
Direção: Federico Fellini
Gênero: Drama
Origem: Itália
Duração: 138 min. (preto e branco)
Elenco: Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale, Anouk Aimée

Sinopse: Oito e meio é quase um filme autobiográfico de Fellini. O título se refere à carreira do próprio diretor, que até então já havia dirigido seis longa-metragens, dois episódios de filme e havia co-dirigido um longa-metragem. Utilizando-se de metalinguagem, o filme retrata a crise de criatividade de um cineasta chamado Guido Anselmi, que demonstra um certo esgotamento no seu estilo de vida e resolve se internar em uma estação de águas para buscar inspiração. O filme conta com grande influência da teoria psicanalítica de Carl Jung, da qual Fellini era um entusiasta. Um exemplo é o foco nos sonhos do protagonista para explicar sua personalidade e os acontecimentos de sua infância. Do mesmo modo, o uso da fotografia preta e branca visa demarcar o conceito jungiano de sombra.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Rebaixamento moral

A crise sem precedentes pela qual passa o São Paulo pode, sem dúvidas, culminar no rebaixamento inédito do clube para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Contudo, mesmo que esta não venha ocorrer – do que, sinceramente, duvido cada vez mais – é inegável que os fatos que se desenrolaram nas últimas semanas (brigas na sede social do clube, discussão em rede de televisão entre oposição e situação, troca de acusações entre jogadores e diretores ou o ex-técnico), demonstram, ao menos, conforme bem definiu o radialista "Sombra", do programa Estádio 97 (da rádio 97 FM), um rebaixamento moral do clube. O São Paulo tornou-se um clube varzeano que envergonha seu torcedor.

Este rebaixamento, talvez, seja mais difícil de ser revertido do que um eventual rebaixamento técnico. Como demonstra a nova passagem do Palmeiras pela segundona neste 2013, é muito difícil que um grande clube não voltar imediatamente à primeira divisão depois de uma queda. Mas, recuperar seu antigo status, a confiança do torcedor, a dignidade, não é algo tão simples. O Vasco é um exemplo de clube que caiu, voltou e continua com os mesmos e vexatórios problemas de antes da queda.

Solução? Só há uma: mudar drasticamente a forma de condução do clube. Mas, como sabemos, isso só será plenamente possível a partir das eleições no próximo ano. Com efeito, a declaração de ontem de João Paulo de Jesus Lopes (na linha do “time grande não cai”) é mais uma prova da dificuldade que a diretoria do São Paulo tem em compreender o atual estágio do clube. Por isso, mesmo a indicação de Gustavo Vieira de Oliveira para gerir o futebol tricolor não apaga o esgotamento completo da atual gestão. Contudo, sua presença abre uma última esperança de salvação dentro de campo. Afinal, este esgotamento – que resultou no rebaixamento moral citado acima – não precisa necessariamente ser traduzido em rebaixamento técnico. Ainda há tempo de, ao menos, reverter a situação na tabela. Para isso, é preciso, acima de tudo, que os responsáveis pelo futebol tricolor engulam o orgulho, assumam que o elenco é fraco e busquem jogadores ainda disponíveis para ajudar tecnicamente o time (o que, aliás, deveria ter sido feito há meses). Além disso, é fundamental que eles ajudem Autuori na administração do elenco. Gustavo, portanto, neste cenário, é a peça fundamental: diante do caos instalado, o futuro imediato do tricolor paulista, dentro das quatro linhas, depende muito de seu sucesso.

domingo, 4 de agosto de 2013

Frank Sinatra - My Way

Um clássico que dispensa apresentações. Frank Sinatra no Madison Square Garden, em 1974, cantando seu "hino nacional", como ele define na abertura. Composta por Paul Anka, espero que, um dia, essa música possa me servir de epitáfio.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Entraves econômicos à reforma política

"Passado mais de um mês desde as imprevistas manifestações que sacudiram o Brasil no mês de junho, parece haver certo consenso, ao menos à esquerda, de que, independentemente das diferentes avaliações de suas causas e consequências mais imediatas, elas tiveram ao menos o mérito de expor, a exemplo do que já ocorrera recentemente em outros países, a falência de nosso atual sistema político. Com efeito, já não se pode negar que a estreiteza de nossa democracia não é mais capaz de dar vazão ao legítimo anseio de participação que floresceu, sobretudo, com o advento e a disseminação da internet e de suas redes sociais. Tampouco é capaz de permitir respostas satisfatórias às demandas surgidas a partir das transformações econômicas e sociais vividas pelo Brasil nos últimos dez anos.
    
Nesse sentido, não resta dúvida de que apenas uma profunda reforma em nosso sistema político-eleitoral, nas formas de representação e nos mecanismos de participação popular, pode abrir uma saída positiva para este novo momento. No entanto, como ficou provado pelos ataques ferozes da direita e dos setores dominantes às propostas da presidenta Dilma – primeiro, de uma Constituinte exclusiva sobre o tema e, na sequência, de um plebiscito –, a resistência à mudança da ordem política é muito mais resoluta do que pode parecer. E isso não apenas por conta do desejo de grande parte de nossos atuais representantes de continuar a se locupletar de um sistema que favorece a corrupção e a conservação do poder, mas também, e sobretudo, porque o modelo político vigente, no Brasil, está intimamente ligado às necessidades de reprodução de nosso capitalismo historicamente predatório".

Esta é a introdução de um artigo que escrevi recentemente, após a onda de protestos de junho, intitulado "Entraves econômicos à reforma política", e que acaba de ser publicado na edição 114 da revista Teoria e Debate. Nele, busco pontuar a profunda relação entre nosso sistema político (hoje definitivamente posto em xeque) e as necessidades de reprodução do capital no contexto brasileiro. A meu ver, o sucesso do "lulismo" fez nascer, desde seu bojo, uma nova espiral de demandas e aspirações (em particular, por serviços públicos de melhor qualidade) que se confrontam crescentemente com a lógica perversa da acumulação capitalista brasileira – a qual, dentre outras coisas, se nutre fortemente da deficiência crônica dos serviços oferecidos pelo Estado. Por isso, desvendar as relações entre a forma que o capitalismo assumiu historicamente no Brasil e o nosso atual sistema político - que com seus estreitos limites de "governabilidade", bloqueia qualquer tentativa de se operar mudanças estruturais mais profundas e no ritmo adequado - ajuda a tecer o pano de fundo que se encontra por trás da resistência oferecida, pela elite e seus representantes, às propostas de reforma política postas na mesa pela presidenta Dilma e pelo PT. É que tais propostas, centradas na participação popular, abrem uma ameaça potencial à continuidade daquela forma de relação entre economia e política. Dito de outro modo, põem em risco o poder da minoria economicamente dominante.

Leia o artigo completo aqui. 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

3 anos!!!

Nesta semana, o blog completa três anos no ar. O que surgiu quase como um passatempo, tornou-se algo muito importante para mim, e que tento manter da melhor maneira possível. São três anos de publicações permanentes, um verdadeiro espaço de interação sobre assuntos os mais diversos. Por isso, só posso agradecer a todas e todos que têm passado por aqui, e tido a bondade e a paciência de ler os textos, comentá-los, discuti-los, elogiá-los, seja diretamente no blog, pelo Face ou pessoalmente. 

A tod@s, o meu muito obrigado!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Autuori chega para (tentar) salvar o São Paulo da crise

Paulo Autuori é oficialmente o novo treinador do São Paulo. Diferentemente do que ocorreu em sua primeira passagem, quando chegou num time mais arrumado, com bom elenco, campeão paulista e disputando a fase final da Libertadores, Autuori, dessa vez, chega com a missão de salvar o clube de uma crise poucas vezes vista em sua história.

Não sei se a escolha foi acertada. Primeiro porque, embora tenha um evidente respeito pelo treinador tricampeão da Libertadores e do Mundial pelo tricolor, eu o considero um tanto quanto sobrevalorizado. Afinal de contas, seu último grande momento foi justamente aquele pelo São Paulo, há oito anos! De lá para cá, verdade seja dita, nenhum trabalho de Autuori o credencia ao status de que ainda desfruta. Além disso, como qualquer criança sabe, o problema tricolor está mais em cima. E, como aí, nada muda até abril de 2014, o potencial de sucesso do novo treinador (como o era dos anteriores) fica bastante reduzido.


De qualquer forma, espero que Autuori consiga armar um time minimamente competitivo, mesmo com as deficiências visíveis do elenco, e que permita ao São Paulo fazer um Campeonato Brasileiro sem sustos. Pois, neste momento, depois da série histórica de quatro derrotas seguidas no Morumbi, da nulidade da equipe nos últimos jogos, e da vergonhosa atuação da diretoria (do projeto de ditador JJ ao fujão Adalberto “Porsche” Batista, passando por João Paulo “não sei de nada” de Jesus Lopes), não ter de lutar contra o rebaixamento é, infelizmente, o melhor cenário que consigo enxergar para o SPFC neste segundo semestre.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Temos um time

Quando Felipão foi apresentado como novo técnico da seleção, em novembro passado, escrevi um post em que desaprovava a escolha (e os métodos e critérios que levavam a ela) (leia aqui). Não retiro nada do que disse naquele momento. Continuo achando que o futebol brasileiro como um todo precisa de uma profunda reformulação (inclusive política) e que a escolha da dupla Felipão/Parreira, deste ponto de vista, configurou um passo atrás. Mas, não posso deixar de reconhecer que, para minha surpresa, Felipão, em pouco tempo, conseguiu cumprir seu objetivo inicial e dar uma cara ao time do Brasil, construindo uma equipe forte e competitiva, disposta a jogar e que soube conquistar a torcida como há muito não acontecia. O passeio de ontem, diante da temida Espanha, coroou o bom trabalho de Scolari à frente da seleção neste último período. A um ano da Copa, podemos dizer, finalmente, que temos um time. Pode não ser o time dos sonhos de todos, ou o futebol mais belo de se ver (embora, ontem especificamente, tenhamos dado uma verdadeira aula de futebol). Afinal, ter um time não significa que ele já esteja pronto. É inegável que ele ainda precisa evoluir, encontrar alternativas de jogo, acertar algumas peças etc. Para que isso aconteça, aliás, evitar o oba-oba desse momento é fundamental. No entanto, ficou claro, após essa Copa das Confederações, que o Brasil voltou a estar no topo das favoritas a levantar a taça no ano que vem. Se o trabalho continuar nessa toada, e se nada de extraordinário se passar até lá, esse status tende a se fortalecer. Méritos de Felipão!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Em defesa das lutas democráticas, das ruas e da nossa história

Em defesa das lutas democráticas, das ruas e da nossa história 

Documento para debate interno no PT, elaborado por militantes petistas de diversas correntes internas para diálogo com a direção e militância do partido.

1. O Partido dos Trabalhadores foi forjado nas lutas democráticas, por justiça social no Brasil. O PT construiu sua trajetória, ao longo dos anos, calcado na luta das ruas e, nos últimos 10 anos, com Lula e Dilma à frente da Presidência da República. Apresentamos políticas governamentais que elevaram a qualidade devida do povo brasileiro, ajudando a elevar sua condição econômica, social, cultural e tirando milhões de famílias da miséria. Isso nos enche de orgulho como militantes petistas!

2. Porém, nosso partido ficou aquém da capacidade de compreender a necessidade de disputar à esquerda os valores, ideais e as pautas históricas forjadas nas lutas que derrubaram a ditadura. Essa incapacidade, aos poucos, abriu um vácuo enorme entre nós e os movimentos sociais, organizados historicamente pelo campo progressista.

3. Já há algum tempo, temos colocado que o PT tinha uma capacidade limitada de dialogar e organizar os anseios da Juventude:

“Contudo, uma constatação deve ser feita: a organização e o diálogo com a juventude nunca foi uma prioridade política para o Partido dos Trabalhadores. Essa identificação da juventude com o partido sempre esteve presente pelo caráter transformador da sociedade que o PT representa e pelo seu ineditismo com expressão política de esquerda no Brasil. Também pela sua forte inserção nos mais diferentes movimentos sociais, ou seja, os jovens se identificam com nosso Partido em razão do seu programa geral e não porque o Partido tenha uma política voltada para a disputa deste setor.Se levarmos o problema de organização da juventude para nossa intervenção nos movimentos juvenis, a situação é aquém da capacidade de mobilização real do PT. Hoje, não conseguimos ocupar em nenhuma das frentes de luta dos movimentos juvenis uma posição de centralidade.Atuamos de maneira fragmentada e, em geral, levando as disputas internas para o seio dos movimentos”
Resolução Concepção e Funcionamento, I Congresso da JPT, maio de 2008.

4. Considerando a nossa presença há mais de 10 anos no Governo Federal, há uma grande geração que não conhece o PT fora da institucionalidade. Associa a ele não mais a transformação, mas sim o status quo. Isso é agravado pela forte ofensiva da mídia na tentativa de igualar o PT a demais partidos, em um senso comum despolitizador e potencialmente anti-democrático: “são todos iguais e corruptos”.

5. As manifestações organizadas a partir da pauta do “passe livre” merecem um olhar cuidadoso por parte das pessoas realmente preocupadas com o desenvolvimento do país.Para entendermos a sua complexidade, é preciso nos debruçarmos sobre a dinâmica das redes sociais, bem como de novos movimentos sociais, que não se alinham ao nosso tradicional campo democrático e popular. Além disso, há que se considerar atentamente o papel que a grande mídia cumpriu ao optar pela disputa do conteúdo políticos das mobilizações.

6. Longe de vermos o protesto de forma uniforme, houve um forte e rápido giro político e apropriação da pauta por setores organizados da direita. Isso se deu no interior das redes sociais, que possuem um alto poder convocatório.

7. Nela, como todos podem gerar e reproduzir informações, temos uma (falsa)sensação de igualdade e de estarmos falando entre pessoas com as quais confiamos. Afinal, a informação é repassada por vínculos de “amizade”. Contudo,assim como na mídia, há forte possibilidade de manipulação.

8. O que vimos hoje no Brasil é uma explosão de insatisfações com diversos problemas históricos existentes em nosso país. Ela aponta para transformações estruturais no capitalismo brasileiro em todas as esferas de governo, reivindicando mais eficácia no gasto público com transporte público, saúde e educação.

9. Certamente o PT e a esquerda precisam se debruçar sobre a pauta da reforma urbana e apresentar uma proposta que dispute corações e mentes da sociedade.A mobilidade urbana sempre foi pauta prioritária para discussão da esquerda e dos governos municipais do PT, pois está diretamente ligada à qualidade de vidados trabalhadores brasileiros. É preciso ousar e enfrentar os verdadeiros cartéis que dominam as concessões de transporte em todo o país.

10.Alçamos uma importante vitória ao conseguirmos sediar a Copa das Confederações e do Mundo. No entanto, apesar das relevantes alterações nas estruturas de algumas cidades, em outras não ficou nítido para a população qual será o legado positivo que o Brasil deixará ao seu povo ao final das competições.É inegável o mal estar sobre os gastos e nós precisamos dar respostas dignas à população.

11.Mesmo com toda a ampliação da participação popular nas instâncias de representação política, afirmadas nas dezenas de conferências e conselhos de políticas públicas criados, não conseguimos, nos nossos dez anos à frente do governo federal, garantir espaços de vocalização das demandas que se colocam hoje, nas ruas. As manifestações na rua mostram que, embora tenha havido ganhos expressivos, falhamos no essencial: aproximar o cidadão dos processos de tomada de decisão sobre o dinheiro público. O PT precisa ter papel ativo no interior do governo, na proposição de novos canais de participação democrática, em todos os setores governamentais, antenados com essa juventude que se expressa e se organiza pelas redes sociais, à esquerda e à direita.

12.Não conseguimos atrair para a militância petista essa parcela da juventude e da sociedade que, genuinamente, coloca suas insatisfações e sua crítica contundente ao sistema político e aos partidos. Sabemos que o PT é um dos partidos em que há maior democracia interna. As eleições diretas para nossas direções são prova disso. Mas, após tantas alianças com nossos adversários históricos, caímos na geleia geral da política institucional. E disso se aproveita a elite conservadora, a mídia irresponsável e setores puramente golpistas que, até então subterrâneos,começam a colocar a cabeça para fora. Essa aberração política fez os grupos assumidamente fascistas liderarem a massa contra as bandeiras e camisas de militantes do PT e outros partidos de esquerda, nas manifestações dos últimos dias, em várias capitais brasileiras.

13.Entendemos que, nas próximas semanas, será jogado o futuro do PT como polo agregador daqueles que permanecem em luta contra as injustiças e contra a desigualdade que - mesmo com todos os avanços - ainda permanece em nosso país.

14.Somos chamados nesse momento a resgatar nossa tarefa histórica: a de organizar nossa militância, de protagonizar a organização de um campo político e de construir com as entidades dos movimentos sociais uma agenda de reformas e mudanças populares para o país, passando pelo governo e pelas ruas, onde a verdadeira massa está à espera de respostas concretas.

15.Mais ainda: devemos atuar também no campo simbólico, ideológico, cultural e político. A falta de identificação da juventude com o PT passa por uma questão de cultura política, de formas e métodos do agir e governar. Nossa burocratização,interna e governamental, afasta a geração dos cidadãos conectados e colaborativos. Além de emprego, educação e saúde, o PT deve voltar a despertar utopia.

16.O partido deve fazer um apelo a todos/as entidades, movimentos, sindicatos,artistas, partidos, intelectuais, juristas, religiosos, enfim todos os cidadãos que,independentemente de suas opiniões políticas e ideológicas e, que estão preocupados com o que está acontecendo, se unam em torno da defesa da democracia, da liberdade de expressão e da livre organização das entidades do movimento social.

17.Cabe à atual direção do partido organizar e fazer chegar a todos os seus diretórios, bancadas parlamentares e aos governos municipais, estaduais e federal a seguinte pauta:

● Rearticular o campo democrático e popular pela defesa das conquistas dos governos Lula e Dilma.
● Aprofundar a campanha pela reforma política, com o financiamento público de campanha, retomando o compromisso radical do PT com a participação popular através da atualização de nosso programa participativo com as possibilidades abertas pelas novas tecnologias e difusão das redes eletrônicas.
● Trabalhar pela democratização dos meios de comunicação, ampliando canais de informação e debate alternativos à mídia conservadora.Enquanto não garantirmos verdadeiramente a pluralidade de fontes de informação, o caráter público das concessões de rádio e TV, e o direito à comunicação do conjunto da população, não superaremos boa parte das fragilidades que nossa democracia mantém.
● Orientar a bancada federal à aprovação urgente de agendas como os 100% do pré-sal para educação.
● Incorporar o direito à mobilidade no Estatuto de Juventude, indicando para implementação do passe livre para juventude no transporte público.
● Dotar o país de uma malha de ciclovias e meios de transportes limpos, que permita a mobilidade com respeito ao meio ambiente.
● Cobrar do governo uma demonstração de guinada à esquerda em ações concretas e cobrar ampliação dos canais de diálogos do governo com os movimentos e a condenação pública imediata, da bárbara violência policial contra os manifestantes.
● Promover a desoneração tributária da classe trabalhadora e tributação das grandes fortunas.
● Enfatizar a laicidade do Estado e a defesa dos direitos humanos, bem como a promoção de igualdade entre homens e mulheres, negros e brancos e a garantia dos direitos da população LGBT. Podemos observar que esses são temas caros à juventude, que compõe parcela expressiva desses movimentos e se frustra quando vê suas reivindicações por cidadania e dignidade serem subordinadas aos caprichos dos setores conservadores que, desde a base do nosso governo, não encontram limites para buscar avançar sua agenda, à revelia do sentimento da nossa sociedade, inclusive.

18. Assim, conclamamos a direção do PT a organizar sua militância a lutar pelo legado histórico que construímos nos últimos 33 anos. Não deixemos, por pura inoperância,setores historicamente conservadores retomarem o poder.

Em defesa das ruas, do povo e da nossa história.

FACEBOOK, 20 a 24 de Junho de 2013.

Assinam:
1. Ademário Sousa Costa Vice-presidente da UNE 2001-2003. Diretório Estadual do PT da Bahia.
2. Adriano Oliveira – vice-presidente da UNE 99/01 e SNJ 2000/01
3. Afonso Tiago - JPT do PT Fortaleza de 2003 a 2004, e Sec. Juventude da Pref. de Fortaleza de2005 a 2012.
4. Alessandra Dadona, secretária de juventude do PT de SP 2008 -2010
5. Alessandra Terribili - jornalista, cantora e poetisa - diretora da UNE (2003-2005), DE do PT-SP(2005-2007)
6. Alessandro Mendes – Executiva Estadual da JPT/RJ
7. Alex Piero, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Juventude pela Pastoral da Juventude, atualmente na Secretaria Municipal de Cultura, São Paulo.
8. Alexandre Luís Giehl - Coordenação Regional II da FEAB (SC/PR), gestão 1999/2000
9. Alexandre Masotti - DCE UCS (1996/1997), blogueiro e designer gráfico
10. Alexandre Miranda, ex vice-presidente da União dos Estudantes de Pernambuco UEP- Candido Pinto, 2004/2005 e atual vice-presidente do PT/Olinda
11. Alexnaldo Queiroz de Jesus, JPT/BA, DCE UFBA (1999/2004), advogado e servidor público
12. Alisson Tadeu Gama Brito - membro diretório estadual do PT-SE, ex-diretor da UNE (2003/2005)
13. Allan Rodrigo Alcantara (DCE 2001-2002, Psicólogo, Conselheiro Regional de Psicologia 2007-2009, Presidente da Federação das Associações de Moradores doEstado de Santa Catarina, Secretário Estadual de Formação Política do PT-SC)
14. Álvaro Alencar – Ex-Vereador e Presidente do PT de Magé/RJ
15. Ana Maria Ribeiro, técnica-adminstrativa UFRJ, Diretora UNE 1987/88, CAED/PT, PT-RJ
16. Ana Maria Batista EXNEPe 2003/2004 - Secretaria de Mulheres BA
17. Ana Torquato DCE UNEB 2001/2003 - Executiva PT-BA
18. Anderson Batata - Foi Diretor da UEE-RJ e Secretário da JPT-RJ de 2001 a 2005
19. Anderson Cunha Santos, Professor de História, DCE-UFMG(1995-1996), Secretaria Geral da FEMEH-1998, Coordenador do Setorial LGBT do PT-MG (2011-2012)
20. Anderson Santos - Diretor da UEP - Gestão 2009/2011
21. André Brayner, advogado, foi coordenador do Festival das Juventudes da Prefeitura de Fortalezaem 2010 e 2011
22. André Rota Sena, Executiva da UNE - 2003-2005,
23. Antônio Carlos Freitas, deputado estadual, 2• Vice presidente do PT-CE, foi do coletivo estadualda JPT de 2005 a 2007.
24. Antônio Jorge Bravo – PT Serra Preta/BA
25. Ariane Leitão, coletivo nacional de juventude do PT 2005/2008 e Vereadora suplente do PT/POA
26. Beatriz Selles - médica, DENEM (2005/2006), DCE UFF (2007/2008)
27. Bob Calazans - Foi Vice Presidente da AMES de 99 a 2000 e do Coletivo da JPT-RJ, e é membro da Executiva Municipal do PT Rio
28. Breno Cortella, vereador e presidente da Câmara Municipal de Araras/SP, secretário municipal daJPT 2001/2004.
29. Bruno Elias - militante do PT, 1º Vicepresidente da UNE 2007/2009, Coordenador de RelaçõesInternacionais da JPT 2009/2011.
30. Bruno Vanhoni Executiva da UNE 2005/2007; Coletivo Nacional de Juventude do PT
31. Camila Vieira ( k k ) ENECOS ( 1999 a 2003), DCE UCB (2000 a 2004), Diretório Estadual do PTda Bahia
32. Carla de Paiva Bezerra, é advogada e gestora, trabalha na SNJ/SG. Foi da DNJPT 2008-2011, Secretária da JPT-DF 2008-2009 e do DCE UnB 2003-2004.
33. Carlos Eduardo Amaral (Cadu) - ex-coordenador-geral do DCE/UFAL (2006-2007) e ex-diretor da UNE (2007 - 2009)
34. Carlos Eduardo de Souza- secretário juventude do PT-SC 2002- atual secretário Geral PT Floripa
35. Carlos Henrique Viveiros Santos coordenador da JPT Gov. Valadares 2008 - 2010 e atual Diretorde Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura Municipal de Gov. Valadares, Assessor Diocesano da Pastoral da Juventude.
36. Carlos Odas, secretário nacional de juventude do PT (1999/2001), Coordenador do ProjetoJuventude (2004), atual Coordenador de Juventude do GDF
37. Cássio Nogueira - Diretor da UNE (2008/2009), JPT/PA (2009/2011), coordenador de Organização da Secretaria Nacional de Juventude do PT
38. César Augusto Da Ros, CN - FEAB 97/98, professor do Departamento de Ciências Sociais,professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas ePró-Reitor de Assuntos Estudantis da UFRRJ
39. Charles Carmo foi diretor do DCE/UFBA e do CARB/UFBA
40. Clarissa Rihl Jokowski, advogada, Presidenta do Diretório Acadêmico do Direito UCS Gestão 2005
41. Cleberson Zavaski - CN-FEAB 98-99, Presidente da Associação de Eng. Agronomos do DF ePTDF
42. Cledisson Junior diretor da UNE (2009-2011) conselheiro nacional de promoção da igualdade racial
43. Daniel Chacon - Direção PT-Natal , Executiva Estadual JPT/RN, Coordenador de Mov.Sociais DCE-UFRN(2008-2009)
44. Daniel Feldmann - diretor da UNE (1999-2001)
45. Daniel Valença – Professor Universitário e Integrante da Comissão de Ética do PT/RN
46. Daniela Matos - Diretora de Relações Internacionais da UNE 99/2001
47. Danilo Chaves - FEAB 1999-2001, vice-presidente UEE MG 2003-2004, PT-BH;
48. David Barros, ex- presidente do Conjuve(2010-2011)
49. Débora Cruz, jornalista, ex-JPT e do setorial de TI/PTDF
50. Débora Mendonça, PT/CE, Coletivo de Mulheres Estadual PT/CE, Militante da Marcha Mundialdas Mulheres
51. Dimitrius Chaves - Diretor da UEE-MG 2007/2011 e atual Secretário Adjunto da Juventude do PT-MG
52. Domingos Sávio Oliveira membro do diretorio do PT Extremoz/RN
53. Dora Martins dos Santos, conselheira municipal de Saúde em Botuvatu/SP
54. Dulce Carolina Marinho, Assistente Social. DCE UCSAL 2003.
55. Edson Pistori
56. Eduardo Valdoski, jornalista, ex-coordenador de comunicação (2008-10) e secretárionacional-adjunto da JPT (2007-08) e secretário municipal da JPT/SP (2003-05)
57. Elba Ravane - 2003 Presidenta do Grêmio Estudantil da EAL Sertânia-PE, 2003/2005 Grupo Ação Jovem e JPT Sertânia-PE. Atual Secretária da Mulher da Prefeitura de Caruaru-PE.
58. Eliana Cacique - Coletivo Estadual da JPT-RJ de 2001 a 2005 e é membro da Executiva Estadualdo PT-RJ.
59. Elida Miranda, jornalista, Regional ENECOS (2005), CUT- AL e Diretório Estadual do PT/AL
60. Ellen Machado Rodrigues - Medica Sanitarista, DENEM 2003/2005 , AMERESP 2010/2011
61. Erika FernandaViana - médica, DCE UFPB 2004/2005
62. Fabiana Malheiros - DCE UFES, PT-ES.
63. Fabiana Santos - Foi Presidenta do Grêmio Herber de Souza, do CA de Geografia da UGF, do Coletivo da JPT-RJ de 2001 a 2003 e é membro do Diretório Estadual do PT
64. Fábio Sanchez, sociólogo, ex-secretário nacional adjunto de Economia Solidária (2005-2011).
65. Fabrício Gomes de França Ambientalista. Tesoureiro Upes (95-97), secretario da JPT SantoAndré (98-2000). Atualmente Secretário Adjunto da Secretaria de Gestão dos Recursos Naturais de Paranapiacaba e Pq Andreense da Prefeitura de Santo André
66. Felipe Oliveira Lopes Cavalcanti, Médico Sanitarista, DCE UFPB 2004/2005
67. Félix Aureliano - foi do DCE Unicap; da FEMEH e do Coletivo Nacional da JPT
68. Fernanda Teixeira - DCE UEMS, Vice-presidenta da UEE/MS, JPT, MMM, C.E. Mulheres do PT –MS
69. Fernando Stern - Psicólogo - DCE UFRJ 1999-2003; Secretário Geral UEE/RJ 2002-2004; Diretor da UNE 2003-2005; militante PT Niterói/RJ
70. Flávia Azevedo, jornalista, ENECOS, DCE UCB e JPT de 2003 a 2005
71. Florentino Júnior, DCE/UnB (2010) e membro do Setorial de Saúde do PT/DF.
72. Francielly Damas, farmacêutica, membro da Associação AFLORE - Associação Florescendo a Vida de Usuários, Familiares e amigos da Saúde Mental de Campinas
73. Gabriel Ribeiro - Foi Secretário Estadual da JPT/RJ e membro do Coletivo Nacional da JPT de2005 a 2008.
74. Gabriela Gilles Ferreira - ABEPSS, JPT, PT-ES.
75. Giliate Coelho Neto, médico de família e comunidade, coordenador geral da DENEM (2003),
76. Graziele Rodrigues Duda - ENESSO, DCE UFES, UNE, JPT, PT-ES.
77. Guido Rezende - radialista e blogueiro ex-diretor da UNE e UCE
78. Guilherme Floriani - ME Esalq 98 a 2000
79. Guilherme Guimarães de Azevedo - DCE- UFV (2007 e 2008); Dir. de Movimentos Socias daUEE-MG (2009/2011); 3º Vice-Presidente da UNE (2011/2013)
80. Gustavo Rodrigues - Coordenador Geral da UNES (95/97); Femecs (99/2000); Executiva PT- Niterói 2003/2007; Secretario de Saúde de Belford Roxo 2011/2012
81. Humberto de Jesus - executiva da Ubes 1997/1999, RI da Une 2001/2003, ex-secretario nacional de juventude do PT 2003/2004, atual secretario de desenvolvimento social, cidadania e DH de Olinda.
82. Ian Angeli – advogado, Sec. Geral UEE/RJ 2007/2009
83. Ingrid Gerolimich - Foi Coordenadora Geral da AMES-RJ em 2001 e Coordenadora Estadual de Juventude do Governo do Estado do RJ em 2002
84. Isadora Salomão - Arquiteta e Urbanista, Ex-DCE UFBA e Coletivo de Mulheres doPT-BA
85. Jacir João Chies, Coordenação Nacional da FEAB 2001/2002.
86. Jackson Raymundo - Secretário de Cultura do PT/RS
87. Jean Tible, assessor da Fundação FriederichEbert
88. João Brandão, UEE RJ (2003 a 2005),DCE da UFRuralRJ (2002 a 2007) Professor de educaçãofísica do Rio de Janeiro
89. João Maurício, Executiva Estadual do PT do RJ, UBES 2003
90. João Paulo Rillo, Deputado Estadual PT-SP, Presidente da UMES de São José do Rio Preto em 1994 e 1995;
91. João Scaramella - CN FEAB 2002-2003
92. João Tanuri - Assistente Social; Ex-Diretor DASS - PUC-MG (2004/2006), Movimento da Juventude Popular/Itajubá (2007/2008)
93. João Vicente (Caixa d’Água) – Coordenador das Juventudes Metalúrgicas do ABC e daCNM/CUT 1997/1999, hoje membro do Setorial Jurídico do PT/SP e Secretário dos AssuntosJurídicos e da Cidadania de Franco da Rocha/SP;
94. João Wilson Damasceno, gestor cultural, foi secretario geral do DCE UFC em 2007/2008
95. Jonas Valente - ENECOS, secretário-geral do Sind. dos Jornalistas do DF e militante do PTDF
96. Jorge Alberto – Coordenação Nacional da Juventude do Movimento PT
97. José (Zé)Ricardo Fonseca - Diretor da UNE 2001-2003- PT-DF
98. José Haroldo Thunder- Executiva Nacional de Ciências Sociais (1995-1997), DCE Puc Campinas(1996-1998), PT Votorantim
99. Josué Medeiros - foi 1º vice-presidente da UNE (2005-2007), hoje professor de interpretações doBrasil da UFRJ
100. Julian Rodrigues , PT-SP (UNE e JPT 1997-2003)
101. Juliana Terribli, psicóloga, foi dirigente da JPT-SP 2008-2011
102. Julio Ladeia, vice-presidente UPES 1995/97, ex-membro do Diretório Estadual do PT, militante do PT de São José do Rio Preto, coordenado do CEU Butantã, SP.
103. Karina de Paula (Kakau) - Membro da Executiva Nacional da JPT e Secretária Municipal da JPTde Rio Claro - SP
104. Larissa Campos - secretaria adjunta da jpt-mg e DNJPT 2008/2011 1a dirt.de movimentos sociaisda UNE 2007/2009
105. Leandro Ferreira, Executiva da JPT-SP.
106. Léo Bulhões - Executiva Nacional de Bio 1998-1999, Presidente DCE UFPE 2000-2001, Diretor UNE 2001-2003, atualmente Assessor Especial de Projetos Secretaria de Participação Social Caruaru/PE
107. Leonardo Koury - Diretor da UBES 2002-2003 e Coordenação Nacional da ENESSO 2009 / DEJPT 2008-2011
108. Leopoldo Vieira - adjunto da JPT nacional 2005-2007
109. Lívia Manzolillo, jornalista, foi Presidente do DCE UNIFOR de 2003 a 2004.
110. Louise Caroline, Vice-presidenta da UNE 2005/2007; Vice-presidente do PT/PE
111. Lourival de Moraes Fidelis, estudante de doutorado, UNICAMP, Bolsista de Estágio doutoral pela CAPES, Universidade de Córdoba, Espanha
112. Lucas Cassab Lopes - Dce UFJF 2005-2006, Cahistufjf 2004-200, coletivo estadual de juventude2006-2008, tesoureiro do pt-jf 2007-2009,
113. Luciana Mandelli - historiadora - UEE-SP (1999/2003), Col. Nac. JPT (2002/2005) e DR- PT-BA
114. Ludmila Queiroz - Executiva Estadual da JPT/RJ
115. Manuela Nicodemus – UEE-MS (2001/2003)
116. Marccella Berte, economista, Coord. de Movimentos Sociais da JPT 2008-2011, integra o coletivo nacional de meio ambiente e desenvolvimento do PT e é suplente no DN.
117. Marcio Ladeia, publicitário, assessor da CUT, UNE 2005/2007, vereador de São José do RioPreto 2001/2004, UMES 1996/1999 e UPES 1997/1998 militante do PT.
118. Marco Rocha – Setorial LGBT do PT/RJ
119. Marcos Asas - poeta e médico, Conselheiro Nacional de Saúde, presidente do DCE UPE "PauloFreire" 2004/2005, presidente AMERESP 2011/2012, diretor de Saúde da ANPG
120. Maria Carolina – Educadora e militante do movimento de Mulheres/RJ.
121. Mateus Vieira - designer gráfico, membro da DNJPT 2008-11
122. Miguel Papi – DCE UFRJ (1998/2001)
123. Orlando Catharino, membro do coletivo estadual da jptsp em 1991 e 1992
124. Otávio Antunes - jornalista, Vice-presidente da UBES 1997/1999 PT Campinas
125. Patrick Paraense - ex-militante da JPT/PA e Publicitário
126. Paulo Navarro - médico Sanitarista, DCE UFPB 2004/2005, presidente da AMERESP 2010/2011
127. Pedro Gerolimichex Vice Presidente da UBES 2003/2004 - Diretório Municipal PT/RJ
128. Pedro Moreira Coordenação regional da feab (2002 e 2003), secretario estadual de juventude doPT/MG 2004 e 2005 e vice presidente de UEE/MG 2004-2005
129. Pedro Tourinho - Vereador PT Campinas, Médico Sanitarista, professor PUC Campinas,DENEM 2005/2006
130. Pedro Vasconcelos - Ex Secretário da JPT RS 2005 2007. Membro do Coletivo Nacional deCultura do PT.
131. Penildon Silva Filho, professor da UFBA. DCE UFBA 1992-1993 e Diretor da UNE 1993-1995
132. Rafael Barbosa de Moraes (pops), vice-presidente da UNE 2003/2005, secretário nacional dejuventude 2005/2008
133. Rafael Fadeso – Secretário Adjunto da JPT Caxias/RJ
134. Renam Brandão - Secretário da JPT-BA 01/03, Executiva dos Estudantes de CEFETS 97
135. Renata Batista – Presidenta do DM de Magé/RJ
136. Rídina Motta Diretora LGBT UNE 2009 /2011
137. Rodrigo Abel, Secretário nacional de juventude do PT 2000/2003
138. Rodrigo Bico – Secretário de Juventude do PT Natal/RN
139. Rodrigo Campos, ex-Tesoureiro do PT-RS, de 2005 a 2007.
140. Rodrigo Rubinato "Cabelo" - Coordenador da Ames - RJ em 2003, Secretário-geral da FEMEH em 2004
141. Rodrigo Salgado, Professor e Advogado. Ex-coordenador da FENED, Coordenador do DAJMJr
142. Rogério Tomaz Jr, jornalista, militante de direitos humanos, ex-Enecos (2000/2002)
143. Romeu Morgante, ex-presidente da Umes Santo Andre (1998/99) e diretor da UBES (1999/2001)
144. Ronaldo Pinto - diretor da UNE (2007/2009), militante do Mais-PT e da Mensagem ao Partido
145. Samuel de Mesquita - Ex-presidente da UENI, Ex-presiidenteda ARES, Ex- vice-presidente baixada da UEE/RJ, Ex-presidente do DA de Direito da UNIABEU
146. Sávio José, vereador PT - Viçosa-MG.
147. Serena Reis - CN FEAB 2002-2003, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio/MMA
148. Sérgia Garcia, diretora da UPES gestão 1998, medica formada em Cuba, militante da Associação Médica Nacional – (AMN-MF)
149. Sergio Cardoso – Presidente da União Meritiense dos Estudantes/RJ
150. Sergio Godoy, professor de Relações Internacionais da Fundação Santo André, ex membro do coletivo nacional da JPT, ex Secretário Geral da UPES
151. Sylvio Freitas - executiva da UBES 2005-2007
152. Tahita Magalhães, Assistente Social. Foi Representação Estudantil ABEPSS (2005,2006) e DCE UCSAL 2003.
153. Tales de Castro - vice-presidente da UNE (2007/2009), secretário estadual da JPT-GO
154. Tássia Rabelo - Ex-Presidenta do CA da FGV, Ex-diretora do DCE da UERJ, Ex. Membro da Executiva Nacional da JPT
155. Tassio Brito coordenador geral DCE UESC(2007-2009), 2 diretor de RI da UNE(2008-2009,direção nacional da jpt(2008-2011) 3 Vice Presidente da UNE(2009-2011)
156. Tatiana Oliveira diretora de mulheres da une 2005-2007
157. Tatiana Zocrato - DCE PUC-MG 2002-2004 ,Vice-Presidenta UEE-MG2004-2009 , SEJPT-MG 2008-2011
158. Thomás Ferreira CN ABEEF 2003/2004 Coord. Geral DCE/UFV 2005
159. Tiago Montenegro - jornalista, Enecos (2004), militante do PT, LGBT, movimento pela democratização das comunicações.
160. Ticiana Studart, SNJ PT 2003 a 2005, da secretaria nacional de mulheres do PT de 2005a 2007, e membro da executiva do PT CE
161. Valter Bittencourt - Jornalista. Assessor de Juventude da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), militante do PT de Santo André
162. Vanuccio Pimentel, ex-presidente DCE Fafica (2001-2003), Cientista Político e Presidente do PT de Caruaru (PE)
163. Verônica Lima, vereadora de Niterói, executiva da UBES 1997/99
164. Veronica Maia, advogada, militante da RENAP, foi da SNJ PT de 2005 a 2007.
165. Vinicius Cascone - FENED, advogado, militante do PT, Campinas/SP
166. Vinícius de Lima - ex-coord nacional de comunicação da JPT e Presidente do DCE Estácio de Sá ES (2007), Diretório Estadual do PT ES (2008) e Movimento Não é só uma Passagem (2005 - ES)
167. Vinícius Ghizini, historiador, Secretário Adjunto JPT/Macro Campinas e SecretárioMunicipal JPT/Americana.
168. Vinícius Santos - diretor do DCE da UFSCar/SP (2003-2006), e membro da JPT macro Ribeirão Preto/SP (2005-2006)
169. Vinicyus Sousa - Ex - Diretor da executiva estadual da JPT - BA
170. Wagner Romão, sociólogo, ex-presidente do Diretório Zonal de Pinheiros (São Paulo) -2005 a 2007.
171. Wanderson Pimenta, ex- coordenador geral do DCE - UFBA (2012).
172. Wenderson Gasparotto, ex diretor da UEE-SP (1997/2001)
173. Wesley Francisco, DCE UFV, CA História/UFBA, FEMEH, UNE(2003) Coletivo NacionalLGBT
174. Wilney Alves Martins, ex secretário estadual da JPT-GO (2007/2011), ex diretor da UEE-GO (2007/2009). Membro do Diretório Municipal do PT de Anápolis-GO
175. Wladia Fernandes, coordenadora LBGTT do PT CE foi da JPT de 2005/09