sábado, 22 de janeiro de 2011

São Paulo: a iminência de um golpe

A confirmação da candidatura de Juvenal Juvêncio a um terceiro mandato para presidir o São Paulo, em minha opinião, é uma afronta à tradição democrática dessa instituição. Explico. Pelo seu estatuto, o presidente do clube só pode ser reeleito uma vez. Juvenal, que era diretor de futebol na felicíssima gestão do saudoso Marcelo Portugal Gouvêa (2002-2006), foi eleito com toda justiça em 2006, logo após o título do mundial de clubes. Em 2008 foi reeleito, novamente com méritos. Nesse período, porém, numa manobra já bastante questionável (ética e juridicamente), Juvenal conseguiu alterar o mandato presidencial de dois para três anos. É aí que está a chave da questão. Segundo alguns juristas, dada essa mudança no estatuto do clube, o mandato que se encerra agora em 2011 seria o primeiro regido pelo novo estatuto (isto é, o primeiro com mandato de três anos). Assim, Juvenal teria direito a uma reeleição agora, para um mandato até 2014.

Se é legal ou não, isso depende de interpretação das filigranas da lei, trabalho que não é para mim, leigo que se limita, como a maioria, a cumpri-la. Mas, de um ponto de vista político e/ou moral, o fato, em minha opinião, é que um novo mandato de Juvenal Juvêncio é antiético e representa, no limite, a iminência de um golpe político no São Paulo Futebol Clube. Primeiramente, porque abre brechas perigosíssimas. Quer dizer, se o tempo de mandato for novamente alterado (JJ detém maioria no Conselho do clube), ele poderia se candidatar mais uma vez em 2014? Afinal, valeria a mesma regra que se defende agora: mudança no estatuto, contagem dos mandatos zerada. Além disso, temos o exemplo próximo de Corinthians e Palmeiras, que mantiveram Alberto Dualib e Mustafá Contursi, respectivamente, no comando dos clubes por mais de uma década e o mesmo trágico fim (para eles): rebaixamento para segunda divisão nacional, aumento das dívidas, enfraquecimento do clube como um todo.

Se o primeiro mandato de Juvenal foi muito bom, com o inédito tri-campeonato brasileiro, o segundo foi marcado, além de uma série contratações esdrúxulas e erros estratégicos na escolha/demissão de treinadores, por equívocos administrativos, alguns primários, cristalizados em sua louca obsessão de fazer do Morumbi o palco da abertura da Copa de 2014 – que resultou em uma fragorosa derrota política – embora se deva reconhecer o excelente trabalho feito na estruturação das categorias de base feito no CT de Cotia, o melhor do país para jogadores em formação. Um terceiro mandato não me parece que será melhor do que os anteriores (sobretudo do que o primeiro). Pelo contrário, tem tudo para piorar, aprofundar os vícios, a arrogância, o despotismo que, sejamos honestos, deram a tônica em boa parte do segundo mandato. Para mim, é salutar numa democracia (estou dando de barato que, ainda assim, o SPFC pode ser considerado um clube minimamente democrático) que haja a obrigatoriedade da alternância de poder, isto é, alternância das pessoas que comandam a vida política em qualquer esfera, que tomam decisões, representam o clube etc. Isso não significa mudança na orientação, no projeto, nas concepções políticas, mas em quem será responsável por executá-las. Sempre fui contra, por exemplo, um terceiro mandato do Lula, conquanto defenda o projeto global do governo petista. Da mesma forma, defendo, em linhas gerais, a orientação política adotada pelo clube desde 2002, não obstante tenha ressalvas em pontos específicos. Por isso mesmo, creio que seja necessária uma nova cabeça tanto para manter uma linha vitoriosa e progressista quanto para melhorá-la onde for preciso. É necessário oxigenar as ideias no comando do São Paulo. É necessário preservar a democracia no clube, do qual ninguém é dono. Do contrário, corremos o sério risco de ter o mesmo destino que Palmeiras e Corinthians tiveram em algum momento na última década: o fundo do poço.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Queen - Love Of My Life

Uma das mais belas canções que eu conheço, cantada por um dos melhores vocalistas de todos os tempos, acompanhado por um gênio da guitarra. Queen ao vivo no estádio de Wembley, em Londres, em 1986.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

São Paulo em 2011: uma grande incógnita

No próximo domingo, o São Paulo dá início ao seu ano futebolístico enfrentando o Mogi-Mirim, em Mogi, pela primeira rodada do Campeonato Paulista. E vai a campo com um time apenas razoável: RC, Jean, Alex Silva, Miranda e Juan; Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba (Cléber Santana) e Ilsinho; Dagoberto, Fernandão e Fernandinho. Venhamos e convenhamos: com essas escalação (basicamente a melhor que temos) pode ganhar do Mogi, mas não inspira confiança para vôos mais altos em ninguém.

De fato, até aqui, 2011 parece uma grande incógnita para o torcedor do São Paulo. Duas contratações (Juan, lateral-esquerdo ex-Fla e o garoto Willian José, centroavante que estava no Grêmio Prudente), uma baixa importante (a saída de Ricardo Oliveira), e a venda de Miranda, que fica aqui até junho, quando se apresenta ao seu novo clube, o Atlético de Madrid, o que acho sempre perigoso. Afinal, se em 2010 ele já não jogou metade do futebol que o consagrou em temporadas anteriores, duvido muito de que agora ele fará diferente. O time anda tão apagado, que nos programas esportivos de janeiro, o grande destaque foi Riva Carli, o novo preparador físico, que substituiu Carlinhos Neves, que agora ficará integralmente com a seleção brasileira. Isso quando não ficaram falando (por pura falta de assunto mesmo) do casal de pavões que habita o CCT!

Por essas e outras, a sensação generalizada na torcida, até aqui, é a de que seremos novamente coadjuvantes neste ano. Se compararmos com nossos adversários na Copa do Brasil, nosso principal desafio no primeiro semestre, Flamengo (com Ronaldinho, Thiago Neves e Luxa no banco) e Atlético/MG (que manteve a base do ano passado e se reforçou, dentre outros, com Richarlyson e Jobson) me parecem à nossa frente. Até aqui, insisto, as expectativas não são das melhores. Espero que a diretoria consiga reverter esse quadro o quanto antes.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Memória

A persistência da memória, quadro clássico do pintor surrealista
Salvador Dalí
Divido com vocês, o primeiro conto que escrevo, intitulado "Memória". Era um desejo antigo escrever nesse formato, mas nunca havia conseguido. Mas, no final do ano passado, inspirado por algumas leituras, a coisa começou a sair. Agora, novas ideias parecem surgir. Vamos ver. Abraços!

Download do conto: aqui

sábado, 1 de janeiro de 2011

Imagens de um 1º de janeiro histórico

Como dizem, uma imagem vale mais do que mil palavras. Pois então, para começar bem o ano, algumas imagens para entrar para a nossa história!

Transmissão da faixa: do primeiro operário para a primeira mulher a presidir o Brasil.

Lula se despede do povo em Brasília, após entregar a faixa a Dilma. Obrigado companheiro!

Primeiro discurso após receber a faixa presidencial.

Boa sorte, presidenta!