Um passo importante na
consolidação da democracia brasileira foi dado no dia de hoje. Foi instalada,
nesta manhã, a Comissão da verdade,
que contando com sete membros, investigará nos próximos dois anos os crimes
cometidos pelo Estado brasileiro contra os seus cidadãos no período de 1946 e
1984, especialmente durante a ditadura militar pós-1964. Além de promover o
evidente direito que todos aqueles que foram vítimas diretas (prisão e tortura)
ou indiretas (pela prisão, morte ou desaparecimento de parentes e amigos) de
violações aos direitos humanos neste período têm de conhecer a verdade, a
comissão terá o importante papel de passar a limpo um período tumultuado da
história brasileira, cujos desenlaces ainda se fazem sentir. Há um velho ditado
que diz que “quem não conhece a história corre o risco de repeti-la”. E isso é
tudo o que o Brasil não precisa! Daí também, a importância que ganha este ato
do Estado brasileiro, na figura da presidenta Dilma, de finalmente instalar a
Comissão.
Dilma, aliás, também ela vítima
das arbitrariedades do período, presa e torturada por lutar contra a ditadura, sintetizou
com brilhantismo o espírito que guia essa comissão: “A força pode esconder a
verdade, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazê-la à luz. Hoje, esse
tempo chegou. Nunca pode existir uma história sem voz”.
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