Felipão foi apresentado, agora
pela manhã, como novo treinador da seleção. Segundo pode-se interpretar das
palavras do presidente da CBF, José Maria Marin – que fez questão de (tentar)
explicar porque não poderia trazer Tite, Muricy, Luxemburgo ou Abel –, Felipão
era a opção que restava. E era, sem dúvidas, a pior opção.
O ex-treinador do Palmeiras
conseguiu a proeza de ser a primeira pessoa na história a “cair pra cima”. Teve
papel decisivo no rebaixamento do clube palestrino, mas, como prêmio, ganhou o comando
da seleção. Contudo, não é nem esta meritocracia às avessas o ponto mais grave.
A queda do Palmeiras poderia ser apenas um ponto fora da curva. Mas não é. Como
disse em post ontem, tecnicamente falando, Mano deveria ter saído da seleção já
há algum tempo. Porém, a forma pela qual foi demitido e, em especial, o motivo
que levou à sua queda, são nefastos. Ainda assim, tal cafagestagem poderia ser
minimamente redimida com a escolha de alguém em melhores condições do que Mano para
dirigir a seleção. E este, definitivamente, não é o caso atual de Felipão.
Não nego suas virtudes como
técnico (sobretudo em competições “mata-mata”), seu currículo, não nego o fato
de que Scolari tenha sido importante na conquista do Mundial de 2002. O que
questiono é o fato de o treinador ter parado no tempo. Não ter acompanhado a
evolução do futebol. Ainda ser adepto do “pega, pega, pega” como tática de
marcação (imaginem Scolari gritando “pega, pega, pega” para parar o Messi, por
exemplo?).Ter acumulado fracassos em seus últimos trabalhos importantes. O
Palmeiras, sob seu comando, sempre foi um time medíocre, técnica e taticamente
falando. Exclusivamente dependente da bola parada de Marcos Assunção. Felipão,
em nenhum momento, conseguiu dar cara de time a um elenco que ele mesmo ajudou
a montar (os palmeirenses sabem do que estou falando), mesmo no título da Copa
do Brasil, este sim, um ponto fora da curva do atual Felipão. E é justamente
este – e não o de 2002 –, o Luiz Felipe Scolari que assume o comando da
seleção.
O novo treinador, vale lembrar,
será acompanhado por Carlos Alberto Parreira. Embora tenha sido um técnico
medíocre (mesmo com o título mundial de 1994), é fato que Parreira é um
estudioso do futebol – a entrevista coletiva de ambos acabou de demonstrar como
Parreira parece mais antenado com as necessidades de evolução de nosso futebol
do que o próprio Felipão. Ainda assim, não acho que Parreira poderá ajudar
muito. É, no final das contas, mais do mesmo. E, como Scolari, colecionou
fracassos em suas últimas empreitadas futebolísitcas, com destaque à forma
ridícula como conduziu o Brasil na Copa de 2006.
O que nosso futebol verdadeiramente
precisa é de fôlego novo. Ser arejado por novas ideias, novas práticas, em
todos os níveis. Neste quesito, portanto, demos um enorme passo atrás. Espero
queimar a língua. Mas, por ora, nada resta além de aguardar e torcer.
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