Passado o período da “onda
Aécio”, o fato é que, a 10 dias das eleições, temos um pleito completamente
indefinido. Talvez, a única certeza seja de que o país sairá dessas eleições
dividido – suspeito que como nunca antes. Difícil apontar ainda as consequências
dessa situação. Por ora, prefiro me concentrar nos fatores que podem fazer a
balança pender para um lado ou para o outro nesta reta final.
Há uma margem muito pequena de
eleitores ainda em
disputa. Há uma parte grande que não votará no PT de forma alguma, isto está claro. Mas, se a percepção de Josias de Souza (leia aqui) está correta
– de que os aproximadamente 6% de indecisos em “disputa” se situam na tal “nova
classe média” (na verdade, em setores que foram inseridos na classe
trabalhadora) – a situação pode ser mais favorável a Dilma. Afinal, é graças
aos governos petistas que estes eleitores se encontram em melhor situação
sócio-econômica do que antes. O ponto, portanto, é reforçar esta percepção ao contingente que ainda não se convenceu disto. Para isso, os programas
eleitorais, mas, sobretudo, os debates podem desempenhar um papel decisivo.
No encontro da última terça, por
exemplo, Dilma soube desconstruir Aécio, tornando um tema aparentemente
desvantajoso a seu governo, a corrupção na Petrobrás, em uma saraivada de
denúncias contra os governos do PSDB (na verdade, de constatações) que acuaram
o candidato tucano. Outras atuações como esta, nos debates que restam (a
começar pelo de hoje, no SBT), podem demonstrar para o eleitor, sobretudo para
estes indecisos, que Dilma é a candidata mais apta a fazer as mudanças que o
país precisa sem comprometer as conquistas obtidas até aqui. Nesse sentido,
Dilma tem sabido pontuar corretamente a existência de dois projetos políticos
antagônicos para o país, mostrando que sua candidatura é a única que representa
“mais mudanças” para a população mais necessitada. Por isso, na campanha de
rua, nas redes, nos programas de TV, e nos debates, entendo que é essa a tônica
a ser adotada: reforçar a polarização política e mostrar para essa parcela dos indecisos que apenas o projeto
materializado na candidatura de Dilma pode continuar a melhorar a vida deles. O
embate está colocado. Estes últimos 10 dias serão de muita luta!
Só espero que essa “nova classe média” consiga reconhecer e não seja arrogante o suficiente de negar seu passado, assim como tantos alunos do FIES, das cotas, de bolsas...
ResponderExcluirLembro-me muito bem do período que meu pai estava desempregado e todo mundo estava aflito em casa. Não desejo isso para ninguém!
Também espero!
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