terça-feira, 16 de novembro de 2010

A solidão desse rosto

Bom, por conta da minha falta de assunto, ou, quem sabe, da pura incapacidade de escrever algo melhor, resolvi postar um poema meu. No caso, o primeiro que tive a oportunidade de publicar, em 2006, numa coletânea que homenageava os 10 anos do Departamento de Letras da UFSCar. Aliás, a publicação dele veio em ótima hora, para levantar o moral mesmo. Espero que gostem!




A solidão desse rosto

 I


A solidão desse rosto,
estampada no selo dos teus olhos,
devora toda a luz do dia que se finda
e aguarda a noite muda para sua consagração

Encerras medo e euforia
nos movimentos desconexos conduzidos por teus membros
                                               frágeis
                                               morenos
                                               delgados

Perdeste o tino:
ganharás um sopro de brisa que virá repousar
em teus lábios
                                   semi-abertos.


II


Segue,
que teu passado
       teu presente
       teu futuro
convergem singulares no leito aberto desse rio
conjugado em sonhos pueris

Desce,
junto à correnteza que te aguarda
pela manhã
e pega carona no barco desgovernado
que te orientará o
                              peito ferido.



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