quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sobraram oito

Estamos chegando à reta final da Copa das Copas! Como fiz na fase anterior, seguem os palpites jogo a jogo das quartas de final.

França x Alemanha – sem dúvida, o jogo mais chamativo dessa fase. A França surpreendeu até aqui. Me lembro que, no ano passado, quando estava morando lá, percebia uma enorme desconfiança dos franceses (muitos nem acreditavam na classificação para a Copa!). A equipe fez um jogo difícil contra a Nigéria nas oitavas, mas passou ainda no tempo normal, o que pode fazer toda a diferença. A Alemanha deve estar mais desgastada depois do surpreendentemente duro embate contra a Argélia, decidido na prorrogação. Mas, a meu ver, tem uma seleção mais forte (apesar da teimosia de Joachim Low, que insiste com Philippe Lahm como volante, quando o mundo todo clama que ele jogue pela lateral direita, onde sempre se destacou). Puro chutômetro: passam os germânicos. Mas não sem uma alta dose de emoção. Ou seja, acho que teremos pênaltis ou, pelo menos, uma prorrogaçãzinha para descobrir o primeiro semifinalista.

Brasil x Colômbia – todo mundo sabia que o jogo contra o Chile seria difícil. O que poucos, ou ninguém esperava, é que o Brasil teria uma atuação tão abaixo da crítica, especialmente no segundo tempo e em parte da prorrogação. Acho que dificilmente repetiremos um jogo tão ruim na sequência. Além disso, a ótima Colômbia de James Rodríguez deve possibilitar um jogo mais aberto, o que pode favorecer ao ataque brasileiro. As precauções são óbvias: assim como eles deixam jogar, os colombianos também jogam. E bem. E, ao contrário de muitos, não ando muito confiante na zaga nesta Copa. Temos tomado gols bobos, que podem custar caríssimo. Contudo, Felipão sinaliza uma alteração nesse setor, adotando o esquema de três zagueiros. Para isso, sacaria Fred do time, deixando Neymar como “falso nove”. Acho que pode funcionar. Mas, confesso que me preocupou o exíguo número de treinamentos nessa semana. Depois do que apresentamos contra o Chile (e na Copa, em geral), acredito que Felipão deveria ter trabalhado mais com os jogadores (os titulares só foram treinar na quarta-feira pela manhã, 3 dias depois do jogo das oitavas!).

Há ainda a tão decantada questão emocional. Que há um problema no time, me parece óbvio, só não enxerga que não quer. Os jogadores, a meu ver, ultrapassaram o limite entre a emoção do jogo e da conquista para o descontrole. E entendo que Felipão e Parreira, com as infelizes declarações de favoritismo pleno do Brasil antes da Copa, são responsáveis diretos por esse imbróglio. O treinador sabe do problema que arrumou, e corretamente chamou ajuda especializada. Resta, enfim, saber se houve tempo hábil para a necessária recuperação, psicológica e técnica/tática. De qualquer forma, em que pesem estes problemas, e o ótimo futebol apresentado pela Colômbia até aqui, acho que o peso da camisa brasileira falará mais alto, e chegaremos às semifinais. Mas, não me surpreenderia mais com uma eliminação.

Argentina X Bélgica – à parte a questão emocional, os argentinos parecem sofrer do mesmo mal da equipe brasileira: um time não muito ajustado, apresentando um futebol abaixo das expectativas e que deposita tudo no talento de seu principal jogador. No caso de nossos vizinhos, a dependência em relação a Messi parece ainda maior do que a brasileira em relação a Neymar (que já é grande). Até aqui, meio aos trancos e barrancos, deu certo. Mas, o confronto diante da Suíça mostrou que é possível parar Messi. No entanto, mostrou também que é preciso pará-lo os 90 minutos. Ou os 120, pois uma bola, mesmo nos últimos instantes da prorrogação, pode ser fatal. E tenho dúvidas se a Bélgica tem um esquema defensivo tão forte. Contudo, seu ataque é poderoso, como mostrou o jogo contra os EUA, em que os belgas finalmente fizeram jus às expectativas criadas, antes da Copa, em relação ao time. Não fosse a atuação magnífica do goleiro norte-americano Tim Howard, o time de Hazard e cia. teria goleado. Deveremos, enfim, ter um jogo mais aberto, e cheio de alternativas. E novamente, assim como no caso brasileiro, creio que a tradição falará mais alto e a Argentina passará. Mas, uma vitória belga estará longe de ser surpresa.


Holanda x Costa Rica – em tese, o jogo mais desigual. Mas, achava que a Holanda passaria até com alguma tranquilidade contra o México, e o que vimos foi exatamente o oposto. No entanto, acho que a boa seleção da Costa Rica bateu no seu teto. Logo, os holandeses devem passar, mas deverão sofrer com a provável dura marcação dos costarriquenhos. 

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