quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Por que votar em Dilma?

Há algumas semanas, escrevi um texto, com o título “Por que votar Mercadante?” (leia aqui). É hora de escrever algo na mesma linha, agora sobre a disputa à Presidência da República.

Essas eleições presidenciais desenvolvem-se num importante momento da história brasileira. Apenas agora, mais de 20 anos depois das primeiras eleições da chamada “Nova República” (período posterior ao fim da ditadura militar), temos definidos dois grandes projetos para o país: um representado pelo PT e pelas forças democrático-populares, e o outro pelo PSDB, pelo DEM e pelas forças conservadoras. Talvez por isso, porque, diferentemente de democracias mais antigas, somente agora tivemos, de fato, a primeira experiência de ver no poder dois governos com visões e prioridades bem distintas para o país, poderemos escolher, de maneira mais consistente e embasada, uma ou outra forma de governar. Nesse sentido, gostaria de fazer algumas observações.


O mundo, hoje, clama por mudanças em todas as esferas da vida social. E, diante da miséria e do desastre ambiental em que vivemos globalmente, me parece haver apenas um sentido seguro em que a humanidade pode caminhar: o estabelecimento de novas relações do homem com a natureza e entre si, isto é, novas “relações de produção e reprodução de nossa existência”, para usar a célebre fórmula de Marx. Do meu ponto de vista, isso significa: estamos todos no mesmo planeta, compartilhamos a mesma terra, temos necessidades básicas semelhantes, que devem ser atendidas socialmente por nosso trabalho coletivo, respeitando-se as diferenças individuais, sobre a base de nossa igualdade. Por isso, é sempre preciso lembrar: se o sistema social atual não consegue satisfazer nossas necessidades elementares (nossas, sito é, de todos), o problema não está em nós, mas no sistema. Modificá-lo para que possa atender nossas demandas, a meu ver, deve ser o mote de toda política progressista.

Mas, com efeito, para que seja possível caminhar em outra direção, é fundamental, dentre outras coisas, que os responsáveis pelo Estado (em nível nacional e global) também pensem e ajam com esse propósito, sobre a base transformadora que pode garantir tanto o nosso futuro como o de nosso planeta. Isso implica, por exemplo, uma nova lógica na condução do Estado. E, para mim, esse foi, justamente, um dos grandes méritos do governo Lula: inverter (para melhor, do ponto de vista da maioria) o sentido das políticas públicas brasileiras, que desde sempre visaram atender os itneresses de uma minoria. É fato que o que foi feito ainda foi pouco perto das necessidades que temos. Mas, paradoxalmente, “nunca antes na história deste país” tanto havia sido feito. Principalmente para os mais necessitados. Isso dá a exata dimensão do drama de nossa situação, resultado da mentalidade e do descaso promovido por tantos governos anteriores. Mas, felizmente, começamos a reverter esse quadro. O Estado começa a servir os interesses da maioria da população que, por sua vez, começa a se sentir parte ativa, sujeitos da história.

Há algumas décadas (o que inclui, naturalmente, essas eleições), só há um projeto no Brasil que, conquanto mais timidamente do que eu gostaria e do que acho possível, se desenvolveu e se desenvolve sobre essa linha transformadora: é o projeto político encabeçado pelo Partido dos Trabalhadores – hoje, em nível nacional, representado pela candidatura de Dilma Rousseff à presidência.

Por isso, gostaria de chamar a atenção para o que está verdadeiramente em jogo nessas eleições: a possibilidade de continuarmos fazendo do Brasil um país melhor  para todos nós, trabalhadores, estudantes, homens e mulheres, um país que tire definitivamente todos os seus habitantes da pobreza e da miséria, e que possa dar condições de vida digna a todos, ou voltarmos a ser um país que prioriza apenas aquela pequena parcela da população que desde sempre foi privilegiada. Com efeito, já vimos para onde cada projeto pode levar o país. Quem sai ganhando com uma ou outra forma de governar, com um ou outro modelo de condução das políticas públicas, da economia, do meio-ambiente, das relações internacionais. Cabe a nós escolhermos. Como eu disse acima, só vejo uma via na qual o Brasil pode se engajar rumo a um futuro melhor para todos. É este o caminho no qual já estamos, e que temos a obrigação de aprofundar. E, para isso, é imprescindível o voto em Dilma-13 nas eleições de 03 de outubro.

* PT elabora cartilha de realizações do Governo Lula: clique aqui para ler a matéria no site do partido ou aqui para baixar o arquivo diretamente (aprox. 19.3Mb)


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